Cobertos de preto estão Os nossos meninos Os malabaristas Nos sinais das capitais Cobertos de preto estão Os dentes daqueles Abandonados Mas com sorrisos largos Cobertas de preto estão As unhas mal feitas Prostituídas Noturnas avenidas Cobertas de preto estão Tantas viúvas Desconsoladas Em camas arrumadas Quando a chuva descer E escorrer nossos erros Vou mostrar pra você Que ainda estamos cobertos de preto Cobertos de preto estão Os olhos nos jornais Maliciosos A nova geração de marginais Cobertos de preto estão Os polegares Analfabetos Homens imensos Cobertas de podridão São as consciências Eleitas pela multidão Coberta de preto Quando a chuva descer E escorrer nossos erros Vou mostrar pra você Que ainda estamos cobertos de preto Ninguém é bom demais.