Lembro com muita saudade daquele bailinho Onde a gente dançava bem agarradinho Onde a gente ia mesmo é pra se abraçar Você com laquê no cabelo e um vestido rodado E aquelas anáguas com tantos babados E você sentava só pra me mostrar E tudo o que a gente transava eram três, quatro cubas Eu era a raposa e você era as uvas, eu sempre querendo Teu beijo roubar, e por mais que você se esquivasse Eu tinha certeza que no fim do baile, na minha lambreta Aquele broto bonito ia me abraçar Quando a orquestra tocava besame mucho Eu lhe apertava e olhava seu busto Dentro do corpete querendo pular Eu todo cheiroso a lancaster e você a Chanel Eu era menino, mas fazia o papel Do homem terrivel só prá lhe guardar E tudo o que a gente transava eram três, quatro cubas Eu era a raposa e você era as uvas, eu sempre querendo Seu beijo roubar, e por mais que você se esquivasse Eu tinha certeza que no fim do baile, na minha lambreta Contente pra casa eu ia te levar E ao chegar em tua casa Em frente ao portão Um beijo, um abraço, minha mão Tua mão, com medo que o velho pudesse acordar A pílula já existia, mas nem se falava Nos muitos conselhos que tua mãe te dava Tinha um que dizia: Só depois de casar E tudo o que a gente transava eram três, quatro cubas Eu era a raposa e você era as uvas, eu sempre querendo Teu beijo roubar, e por mais que você se esquivasse Eu tinha certeza que no fim do baile, na minha lambreta Aquele corpo bonito ia me abraçar