Descalça venho dos confins da infância E a minha infância ainda não morreu Atrás de mim e em face ainda há distância Menino Deus, Jesus da minha infância Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu Venho da estranha noite dos poetas Noite em que o mundo nunca me entendeu E trago as mãos vazias dos poetas Menino Deus, amigo dos poetas Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu Feriu-me um dardo, ensangüentei a rua Onde o demônio em vão me apareceu Porque as estrelas todas eram tuas Menino irmão dos que erram pelas ruas Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu! Quem te ignorar ignora os que são tristes Ó meu irmão, Jesus triste como eu Ó meu irmão, menino de olhos tristes Nada mais tenho além dos olhos tristes Tudo o que tenho, e nada tenho, é teu!