Canto Brasil altaneiro Do açúcar pernambucano Do petróleo sergipano Das jazidas do mineiro Bahia do cacaueiro, gaúcho do chimarrão Ceará do algodão, Maranhão de arroz e coco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Brasil que ama o esporte Seu valor ninguém derriba Do sisal da Paraíba Do algodão produto forte Do Rio Grande do Norte de felipe e camarão Que lutou pela nação Quando o povo "inda" era pouco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Minha terra nordestina De ciranda e cantoria Bumba-meu-boi romaria Do forró de concertina Do claro da lamparina Que chamam de lampião Que é a iluminação, do casebre de reboco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João De São Paulo ao Paraná Eu conheço muito bem De são luís a Belém, porto velho e Amapá Campo grande, cuiabá A floresta cobre o chão Onde canta o azulão e o macaco quebra coco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Brasil que se vê nas feiras Tamanhas variedades Gente de toda cidade, namoros e bebedeiras Das novenas, de fogueiras De são Pedro e de são João Onde soltam foguetão e no espaço da pipoco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Brasil em tempos primeiros Seu povo sofreu demais Nos tempos de capataz Coronéis e cangaceiros Dos valentes bandoleiros Das tropas de lampião Que andavam pelo sertão Matando de tiro e soco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Brasil dos heróis vaqueiros Dos famosos caçadores Repentistas, cantadores Trovador e jangadeiros Brasil dos despenhadeiros De serra, de chapadão De mato que cobre o chão Longa rama e curto toco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João É Brasil da vaquejada do namoro e do xodó De cantoria e forró na poeira da latada Quando é de madrugada Fica um "bebo" no balcão Conversa cospe no chão Bebe muito e paga pouco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Sou poeta popular amazan é o meu nome Onça pintada não come O bezerro que eu criar Quando começo cantar, com a sanfona na mão Fazendo improvisação Deixo o repentista louco Neste Brasil de caboclo De mãe preta e pai João Ai nesse Brasil de caboclo De luiz rei do baião! Nesse Brasil de caboclo Do frade frei damião!