Até a lua do Rio, No céu tranquilo e vazio, Não inspira mais amor; O violão desafina Porque chora em cada esquina A falta do seu cantor. Escravo da melodia, Ele cantando escrevia O que na alma brotava; Subindo os degraus da glória, Ele escreveu a história Da cidade que adorava. O Rio foi o seu berço, O violão foi o terço, O samba sua oração; Sambista de um mundo novo, Da alma simples de um povo Que samba de pé no chão. Velho Chico tu recordas Um violão, cujas cordas A mão de Deus rebentou; Porque está faltando agora A lágrima que o samba chora Na voz que a chama apagou.