Fui à porta de um problema ver se estava mal Subverter o meu sistema, tornar-me ilegal E construir no meio do campo uma casa para mim Plantar e colher os frutos, ver onde é o fim Deixar o dinheiro, não ligar ao material E tentar viver sem aquilo que hoje é normal Mas o problema não abria a porta e eu ali A ver se podia entrar ou voltar de onde vim Queria derrubar governos, ser Miss Universo Queria ver tudo a comer do bom e do inverso Sem ladrões nem oprimidos, tudo a desbundar E gente que arregaça as mangas se é para trabalhar Vi-te a carregar os mortos para a cova do cão Vi-te a espalhar ossos pelos cantos do portão A selva fez-te mal à cabeça Tenta controlar O ímpeto imperialista de tudo mudar A selva da tua consciência tenta responder A vida não é uma ciência, é sobreviver O tempo passa no acaso Tens que trabalhar Comer, dormir, beber, fornicar E ter de respirar Mais cedo que tarde, logo vieram dois ladrões Tentar gamar às escondidas os ossos dos portões E eu sentado não fiz nada Foi-se a teoria E esta porcaria toda era uma utopia Já me lixei