Na Febre de Ícaro Acolho o misantropo pregador De irresistível e granítica dureza Nos quotidianos submersos - Outrora mendigados à cegueira Convulsa das naturezas mortas Conheço a solidão Do permanecer acordado Consumo o último pacote de rostos negros E invejo os exemplos - Que faltam neste local Na febre de ícaro Morto, sonho mais alto Na febre de ícaro Escuto os silêncios Descia alegre e barulhento Ofertavam-me sorrisos Mas eu queria saber um pouco da morte Era o momento - De imaginar as asas que trago Morrendo sonho mais alto De olhos abertos - E ventrículo serrado Escuto o silêncio de quem consente Na febre de ícaro Morto, sonho mais alto Na febre de ícaro Escuto os silêncios