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4 vertentes emblemáticas do heavy metal que você precisa conhecer!

Alerta: o post abaixo é uma “porta de entrada” para o heavy metal. Desta forma, não é um texto direcionado aos especialistas no assunto.

Com raízes no blues-rock e no rock psicodélico, o heavy metal surgiu em algum momento entre o final da década de 1960 e o início dos anos 70. Nos primórdios, o som do metal era massivo, encorporado, cheio de distorções e timbres saturados. No que diz respeito aos arranjos, os riffs em tons menores davam um ar “sombrio” às composições, o baixo e a bateria assumiam sonoridades densas e a voz aparecia de forma vigorosa. Por suas vezes, as letras apostavam em ocultismo, terror e temas soturnos.

Disco de estreia do Sabbath foi essencial para o surgimento do heavy metal (Foto/Internet)

Na linhagem do rock, o heavy metal é a vertente que mais gerou subgêneros e continua crescendo! Em suas muitas ramificações, o estilo esbarra em segmentos melódicos, sinfônicos, progressivos e industriais. Para entendermos um pouquinho mais sobre a complexa árvore genealógica do metal, separamos quatro dos muitos estilos importantes. Após fazer a leitura e estabelecer suas comparações, amigo leitor, você vai perceber que o gênero é muito mais do que camisa preta e sinais de chifrinhos com os dedos.

1. Black Metal

Com origens na década de 1980, o black metal é uma vertente sombria, crua e agressiva do heavy tradicional. A sonoridade é caracterizada por andamentos rápidos, vocais rasgados e/ou guturais, guitarras distorcidas ao extremo e letras que abordam temas satanistas, anticristãos, misantropos e pagãos. Outra característica marcante é a batida “metranca” [blast beats], padrão rítmico de bateria que faz uso de batidas rápidas alternadas ou coincidentes na caixa e no chimbal.

Immortal, ícone do black metal norueguês (Foto/Internet)

A produção dos álbuns é marcada por estruturas sonoras pouco convencionais e técnicas de gravação de baixa fidelidade [lo-fi]. No que diz respeito ao visual, os músicos de black metal costumam usar corpse paint e pseudônimos. Como todo bom “filho do heavy”, o black tem ramificações que vão do black metal melódico ao blackened death metal.

Reverendos do black metal: Venom, BurzumMayhem, Rotting Christ, Marduk e Dark Funeral.

2. Thrash Metal

Entre 1981 e 1982, as bandas descobriram como dar mais agressividade e acelerar o já veloz speed metal consagrado por nomes como Motörhead e Overkill. O resultado foi o thrash metal, um estilo de música feito com batidas rápidas e regido por riffs de guitarra, que se intercalam com solos ao estilo shred [técnica de guitarra que enfatiza a velocidade e o primor técnico]. Em geral, as letras tratam de problemas sociais e repudiam o controle do Estado. A linguagem é forte e direta, similar ao que acontece no hardcore.

Formação clássica do Sepultura ajudou a difundir o trah metal (Foto/Internet)

Curiosidade: a cena brasileira de thrash metal é emblemática! Bandas como Dorsal Atlântica, Korzus, Sepultura e Overdose são cultuadas ao redor do mundo.

Destruidores do sistema: Exciter, Hellhammer, Sodom, Metallica, Kreator, Slayer e Testament.

3. Power Metal

Surgiu no começo dos anos 80, ou seja, é contemporâneo do thrash metal. Em contraste com a atmosfera sombria e pesada de seu colega de geração, o power é caracterizado por uma sonoridade mais animada e menos densa. Com bastante influência da música erudita, o power metal combina elementos do heavy tradicional com speed metal. Geralmente, os músicos prezam pelo virtuosismo e buscam referências mais clássicas. Os vocalistas tendem a ter timbres mais “agudos” e invejável extensão vocal. Por suas vezes, as letras das músicas são voltadas para temas medievais ou fantasiosos.

Edguy representa a força do power metal alemão(Foto/Internet)

Por ser um gênero que sempre fundiu outros, o power metal absorveu a ideia de “fundir para inovar”, mas sempre mantendo as raízes do heavy tradicional. Atualmente, o estilo possui seus próprios subgêneros e gêneros de fusão, cada um com suas particularidades, uns mais “pesados”, outros mais “melódicos” e outros no ponto de equilíbrio.

Treinadores de dragões: Grave Digger, Angra, Vision Divine, Sonata Arctica, Symphony X e Helloween.

4. Death Metal

Em algum momento da metade da década de 1980, a turma do thrash metal percebeu que poderia soar de maneira ainda mais agressiva, além de usar vocais cada vez mais próximos do gutural. E foi naquele cenário que surgiu o death metal, um som marcado por ritmo extremamente veloz e mudanças abruptas de tempo.

Obituary é uma banda pioneira do death (Foto/Internet)

No que diz respeito às concepções de arranjo, o death agrega guitarras com afinações mais baixas, distorcidas e caracterizadas pelo uso das técnicas palm muting e tremolo picking. Além de guturais, os vocais são urrados e repleto de gritos. A batera é tocada com bastante agressividade e com uso de pedal duplo. As letras tendem a abordar morte, religião, satanismo, ocultismo, terror, filosofia, ficção científica, entre outros assuntos polêmicos. Há também a presença de temas extremos, como mutilação, tortura, canibalismo e necrofilia.

Guardiões da agressividade: Obituary, Autopsy, Morbid Angel, Cannibal Corpse, Holocausto, e Behemoth.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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