Cifra Club

Vida, carreira e ativismo: a biografia de John Lennon

Acompanhe conosco um passeio pela história de um dos grandes astros da história da música nesta biografia de John Lennon!

John Lennon tocando guitarra no rooftop concert, o último show dos Beatles
John Lennon é um ícone supremo da cultura pop dos nossos tempos (Foto: Reprodução/Internet)

Para muitos, a biografia de John Lennon pode ter acabado há pouco mais de quatro décadas. Afinal, naquele 8 de dezembro de 1980, um assassinato interrompeu a polêmica e fascinante vida de um ícone da cultura pop. Apesar da ausência física, as músicas de Lennon fazem com que ele viva nos corações de um incalculável número de fãs até hoje.

Neste artigo, você confere recortes completos sobrea a vida e a obra do eterno beatle. Dito isso, se prepare por aí para conhecer, de fato, quem foi John Lennon.

A biografia de John Lennon

Era o dia 9 de outubro de 1940, outono na cidade de Liverpool, na Inglaterra. Em meio a um bombardeio alemão durante a Segunda Guerra Mundial, nasceu John Winston Lennon.

O garoto, filho do marinheiro Alfred e da dona de casa Julia, teve uma infância tumultuada e marcada pela separação de seus pais. Entre idas e vindas – ora vivendo com o pai, ora vivendo com a mãe – acabou sendo criado pela tia Mimi.

John Lennon e sua mãe no quintal da famosa “tia Mimi” (Foto: Reprodução/Internet)

Na escola, era conhecido por ser do tipo que não evitava confusão e pelos talentos artísticos de criar desenhos e mímicas.

Aos 18 anos, John perdeu a mãe, vítima de um atropelamento. Na mesma época, conheceu Cynthia Powell, com quem mais tarde ficou casado por quatro anos. Desta união, nasceu Julian Lennon.

John Lennon & Yoko Ono: cúmplices na vida e na música

Em 1966, John Lennon conheceu a artista plástica japonesa Yoko Ono e desfez o casamento com Cynthia. Naquele mesmo ano, ao lado de Paul, George e Ringo, foi condecorado com a medalha da Ordem do Império Britânico.

Em 1971, John e Yoko imigraram para Nova Iorque. Na época, o casal recebia em sua casa vários ativistas e não economizava criticas à política de Richard Nixon, então presidente estadunidense. Anos mais tarde, o FBI revelou que investigava a vida de John por causa de seu envolvimento político.

Dois anos depois da mudança, John e Yoko se separaram, e o músico foi morar em Los Angeles. Por indicação de Yoko, manteve um relacionamento com a assistente May Pang.

John Lennon e May Pang, um caso extraconjugal emblemático na biografia de John Lennon
John Lennon e May Pang (Foto/Internet)

Este período ficou conhecido como “fim de semana perdido“. Na companhia de amigos como Ringo Starr, Harry Nilsson e Keith Moon, Lennon promoveu bebedeiras e confusões homéricas. Além disso, mantinha sempre contato com Yoko e queria voltar para Nova Iorque, mas ela alegava que ainda não era o momento certo para eles reatarem.

Porém, cerca de 14 meses após o rompimento, o casal se reconciliou. Para completar a festa, em 1975, Yoko deu à luz a Sean Lennon. Após o nascimento do filho, o músico passou cinco anos recluso e deixou a esposa gerenciando os negócios da família. Na ocasião, John passava seu tempo cuidando do garoto.

A carreira de John Lennon

Vamos voltar mais um pouco no tempo: aos 16 anos (1956), John Lennon ganhou de Julia sua primeira guitarra. Com o amigo Pete Shotton, Lennon fundou a banda de skiffle (estilo que fazia sucesso na Inglaterra). Inicialmente, o nome do grupo era The Black Jacks, mas durou por apenas uma semana. Em seguida, foi substituído por The Quarrymen.

Paul McCartney e John Lennon nos tempos do The Quarrymen
O conjunto The Quarrymen abriu as portas do rock para John Lennon (Foto: Reprodução/Internet)

John cantava e tocava guitarra, Shotton tocava uma tábua de lavar roupas (esse instrumento era usado no skiffle para dar um som rítmico às canções). Ademais, o grupo ainda contava com Eric Griffths (violão), Bill Smith (baixo improvisado) e Rod Davis (banjo). Ainda naquele ano, Paul McCartney – que, a princípio, era guitarrista – entrou para a banda.

Entre 1957 e 1958, Lennon  começou a compor, e o grupo passou por um processo de reformulação: Rod e Bill são substituídos por George Harrison e Stuart Sutcliffe (conhecido por Stu). Em 60, o sexteto muda de nome cinco vezes, até que Stu sugeriu o nome The Beetles. No entanto, após uma turnê pela Escócia, surgiu a ideia de usarem o nome que marcaria a história da música: The Beatles.

Um dos episódios mais marcantes desta época aconteceu quando Mimi disse que ele não chegaria em lugar algum com uma guitarra na mão. Ela não poderia estar mais errada, não é mesmo?

Os Beatles redefinem os rumos do show bussines

Os Beatles fizeram o primeiro show no Cavern Club de Liverpool em 1961. Na mesma época, Stu se casou e saiu da banda, o que fez McCartney assumir o posto de baixista.

Entretanto, no final daquele ano, o grupo voltou a ser um quarteto: John Lennon (voz/guitarra), George Harrison (guitarra), Paul McCartney (baixo/voz) e Pete Best (bateria). O grupo era empresariado por Brian Epstein.

Essa formação foi rejeitada pela gravadora Decca Records, mas em 1962 a companhia Parlophone Records contratou o grupo. Por sugestão de George Martin, o baterista Pete Best foi substituído por Ringo Starr, um sujeito narigudo, cheio de anéis e sempre sorridente. A partir dali, abriu-se o caminho para o surgimento do fenômeno chamado “beatlemania“.

Os quatro rapazes de Liverpool viraram referência no que diz respeito ao comportamento e à atitude de uma legião imensa de fãs. Ademais, a musicalidade do grupo ajudou a moldar tudo o que veio depois na linha do tempo do rock.

No começo da carreira da banda, John assinava a maioria das composições, mesmo elas sendo criadas em parceria com Paul. Por influência de Bob Dylan, Lennon deu uma guinada radical nas letras. Logo, passou a escrever sobre temas mais reflexivos e pessoais, como podemos observar em músicas como I’m a Loser e You’ve Got To Hide Your Love Away.

Durante essa segunda fase da carreira, os Beatles aprimoraram as composições. Nesse sentido, John criou obras do calibre de Strawberry Fields Forever, A Day In The Life e Across The Universe.

O começo do inevitável fim dos Beatles: conflitos, perda de rumo e polêmicas

Em 1966, John Lennon polemizou a história da música pop ao afirmar que o cristianismo estava com os dias contados e os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristo. A declaração gerou revolta, e milhares de fãs quebraram discos do quarteto. Posteriormente, John se desculpou e, dessa forma, apaziguou a situação.

No ano seguinte, o quarteto lançou Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, o disco apontado por muitos críticos como o mais importante da história do rock. Entre outras contribuições para o álbum, John emplacou Lucy In The Sky With Diamond e A Day In The Life.

Naquele mesmo ano, no entanto, a overdose letal sofrida pelo empresário Brian Epstein deu início a um efeito dominó na carreira dos Beatles.

Além da tragédia, vários outros eventos empurraram a banda para uma espiral negativa. Por exemplo:

  • A liderança passou a ficar concentrada nas mãos de Paul;
  • A onipresença de Yoko nos estúdios causou desconforto em 3/4 da banda;
  • A busca turbulenta por um novo empresário aflorou os nervos dos músicos;
  • Uso excessivo de drogas.

Tudo isso serviu de trampolim para que o quarteto mergulhasse em um mar de conflitos internos. O final desse marasmo todo, como sabemos, foi inevitável. Dessa maneira, em 1970, Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles.

Carreira solo e atividades pacifistas de John e Yoko

A carreira solo de John Lennon começou quando ele ainda fazia parte dos Beatles. Em 1968, ele lançou, em parceria com Yoko, o disco Two Virgins. O álbum apresentou canções de conteúdo experimental e gravações caseiras, mas ganhou destaque em razão do casal aparecer nu na foto da capa.

Em 69, a biografia de John Lennon registrou um momento especial: o lançamento dos discos Life With The Lions e Wedding Album.

Na mesma época, o casal protagonizou uma série de eventos pacifistas. Em Amsterdã, realizaram o primeiro Bed-in for Peace, conferência de imprensa em favor da paz, promovida em uma cama de hotel.

A imprensa não reagiu com bons olhos ao ato e acabou por ridicularizá-lo. No mesmo ano, fizeram a segunda manifestação na cidade de Montreal, no Canadá. Em uma suíte de um hotel, gravaram a música Give Peace a Chance, que se tornou um hino pacifista.

No final daquele ano, John Lennon chocou os conservadores da sociedade inglesa ao devolver a MBE (Membro do Império Britânico) que havia recebido da rainha Elizabeth II. Na ocasião, ele alegou que a atitude era uma maneira de protestar contra o envolvimento britânico na guerra dos Estados Unidos contra o Vietnã.

Fim dos Beatles: um sonho acaba, outro começa

No final de 1970, meses após o fim oficial dos Beatles, Lennon lançou o disco John Lennon Plastic Ono Band. Participaram do álbum os músicos Ringo Starr, Billy Preston e Alan White. Nas letras, John trata de temas mais pessoais e densos. Na canção God, por exemplo, ele cantou que “o sonho acabou” e afirmou acreditar somente em Yoko e em si próprio.

No ano seguinte, foi lançado o disco Imagine. O álbum foi produzido por Phill Spector, sob a colaboração de Yoko. O projeto trouxe canções polêmicas como Woman is The Nigger of The World e Sunday Bloody Sunday, que denunciavam o racismo e a violência policial.

Por sua vez, a faixa-título fez muito sucesso e transformou-se em um hino mundial da paz.

Neste álbum, John contou com a participação de George Harrison, que tocou guitarra na música How Do You Sleep?. Bastante provocativa, a letra dessa música é um recado a Paul McCartney.

Em 1973, veio o álbum Mind Games, que marcou o início de uma breve separação de Yoko Ono. Na foto da capa, inclusive, Lennon parece caminhar na frente de uma montanha que estampa o rosto de Yoko. Esta simbologia indica que  John estava andando longe da influência da esposa.

Um ano depois, lançou o álbum Walls And Bridges, que alcançou sucesso com as canções # 9 Dream e Whatever Gets You Thru The Night. Essa última, aliás, com a participação de Elton John no piano e vocalização.

John Lennon troca a mídia pela família

Em 1975, John lançou o álbum Rock ‘N’ Roll, que apresentava releituras de músicas que ouvia durante a adolescência. Conseguiu, mais uma vez, saborear o sucesso, sobretudo por causa da regravação de Stand by Me.

Após o lançamento, o artista entrou em um período sabático. Dessa forma, o lendário ex-beatle trocou quaisquer formas de holofotes por convívio familiar. Naquele período, ele teve a oportunidade de conviver mais com os filhos, bem como se tornou um especialista em fazer pães caseiros.

Julian Lennon, John Lennon e Sean Lennon sentados e segurando instrumentos musicais
Julian, John e Sean Lennon, durante o período em que o músico resolveu focar na família (Foto: Site Oficial)

Depois de cinco anos de longe da mídia, John Lennon voltou ao cenário com o álbum Double Fantasy. A tracklist foi dividida entre canções de Lennon e Yoko. As faixas (Just Like) Starting Over e Woman atingiram o primeiro lugar nas paradas de sucesso.

No entanto, apesar de voltar à ativa, um acontecimento trágico fez com que os planos do artista fossem radicalmente modificados.

A morte de John Lennon

O destino implacável abreviou a biografia de sucesso de John Lennon. Isso porque, na noite do dia 8 de dezembro de 1980, aos 40 anos de vida, o músico foi assassinado por um fã. Durante o dia, ele havia recebido um autógrafo do ídolo.

 John Lennon autografa disco para Mark David Chapman, o fã que matou o astro do rock
Um dos últimos registros fotográficos de John Lennon, ao lado do homem que tirou sua vida (Foto: Reprodução/Internet)

O algoz de Lennon se chama Mark David Chapman. Foram cinco tiros disparados, sendo que quatro deles atingiram o músico, que morreu após perder 80% de seu sangue.

Logo após a notícia da morte de John Lennon, uma multidão se aglomerou em frente ao prédio em que ele morava, com velas e cantando canções da autoria do artista. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas guardadas por Yoko Ono.

O assassino foi preso em flagrante, pois permaneceu no local do crime, esperando as autoridades chegarem. Ao ser conduzido para a viatura, pediu desculpas aos policiais pelo transtorno que havia causado. No dia de seu julgamento, alegou ter lido no livro O Apanhador No Campo de Centeio uma mensagem que dizia para matar Lennon.

Como está Mark Chapman?

No seguinte da morte de Lenon, Mark Chapman foi condenado à pena de prisão perpétua. Devido às ameaças de morte recebidas, até hoje está encarcerado em uma cela individual.

Primeira mugshot de Mark Chapman, assassino de John Lennon
Mark Chapman, assassino confesso de Lennon, continua encarcerado desde dezembro de 1980 (Foto: Reprodução/Internet)

Ao longo dos últimos 40 anos, o Chapman entrou com 12 pedidos de liberdade condicional. Conforme você pode imaginar, todos foram negados. Ademais, no que depender dos esforços de Yoko Ono, o assassino de John Lennon jamais pisará nas ruas novamente.

O legado de John Lennon

Após a morte de John, foi criado um memorial chamado Strawberry Fields Forever. O monumento foi erguido no Central Park, em frente ao edifício Dakota, onde o músico viveu os últimos anos de sua vida.

John Lennon usando jeans, óculos escuros e sentado no Central Park, em Nova Iorque
O inigualável John Lennon (Foto: Reprodução/Internet)

Alguns discos póstumos foram lançados, com destaque para Milk and Honey, que resgata canções não aproveitadas no álbum Double Fantasy. Além disso, diversas coletâneas foram lançadas após a morte do músico.

Yoko Ono é quem administra tudo o que se refere a Lennon, inclusive questões inerentes aos direitos autorais sobre as músicas de sua carreira solo, vídeos e filmes.

Mais de quatro décadas após a sua morte, John Lennon permanece, de fato, atual e vivo até mesmo para quem não o conheceu em vida. Suas obras irretocáveis, bem como seu ativismo, seguem inspirando um número infinito de pessoas mundo afora.

E você? Gostou de conhecer a biografia de John Lennon? Portanto, mande este material especial para seus amigo e amigas, para essa história lendária chegar a mais pessoas.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

Leia também

Ver mais posts

Cifra Club Pro

Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
Cifra Club Pro
Aproveite o Cifra Club com benefícios exclusivos e sem anúncios
OK