Compositor do “Camaro Amarelo” quer revolucionar o rock nacional
No mercado de música sertaneja, o compositor baiano Bruno Caliman, de 41 anos, é praticamente imbatível no quesito “fazedor de hits”. Desde 2007, Caliman aparece com pelo menos um sucesso entre as 10 mais tocadas. Com alguns bons anos de carreira, ele já emplacou sucessos nas vozes de Marcos e Belutti, Luan Santana, Gusttavo Lima, Zezé Di Camargo e Luciano, entre outros.
Inquieto por natureza, Caliman não coloca limite em sua arte. Responsável por hits sertanejos, como o “Camaro Amarelo” e “Domingo de Manhã”, ele também já escreveu músicas para artistas de outras praias, como a nova MPB de Tiê e Luiza Possi, e o pop adolescente de Sophia Abrahão.
Apesar de ser um compositor mais do que consagrado, Bruno Caliman não deixa de ser um “ilustre desconhecido”. Uma boa parte do público, sobretudo o de música brasileira popular, tem mais interesse na figura do artista. Desta forma, o papel do compositor não recebe tantos holofotes como deveria. Porém, Caliman decidiu virar o jogo e se lançar como artista. Seria muito fácil para ele “jogar pra torcida” e gravar um disco com músicas sertanejas. Todavia, contrariando todas as apostas, o compositor vai gravar um disco de rock.
Em conversa com o G1, Bruno comentou sua relação com o rock nacional. Fã declarado de Raul Seixas, Renato Russo e Cazuza, ele afirma ter vivido “bem os anos 80”. De quebra, Caliman deu uma alfinetada no padrão politicamente correto adotado pela nata do pop rock atual:
“[…] As pessoas têm medo de falar que são loucas. O rock precisa dessa provocação. […] Antes sabíamos dos sentimentos de grandes artistas, da melancolia do Renato Russo, do exagero do Cazuza. Hoje não sabemos mais. Os artistas se preservam muito. Todo mundo quer ser empacotadinho no discurso. Isso prejudicou o rock.”
Ainda na entrevista, o compositor revelou que sua face rock and roll terá músicas sobre os problemas do Brasil e também sobre relacionamentos. Apesar de gravar um disco roqueiro, Bruno deixou claro que não vai parar de escrever músicas para os intérpretes famosos.
E aí, amigo leitor? Você concorda com o pensamento de Bruno Caliman? Você acredita que ele pode tirar o mainstream do rock nacional da incomoda zona de conforto?
Gustavo Morais
Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.