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Conheça a inspiradora história de Jason Barnes, o baterista biônico

O guitarrista deve estudar com prudência (Reprodução/Internet)

Natural do Estado da Georgia, EUA, Jason Barnes foi arrebatado pela música logo cedo. Filho de guitarrista, Barnes cresceu em um cenário repleto de instrumentos, harmonias e melodias. Ainda na infância, ele começou a tocar bateria e decidiu fazer de sua brincadeira favorita a sua profissão.

A vida de Jason Barnes seguia seu curso natural até que, no ano de 2012, ele foi eletrocutado. Naquele fatídico dia, a explosão acidental de um transformador de rua causou queimaduras profundas e ferimentos gravíssimos em todo o corpo de Barnes. Apesar de não ter sido fatal, o episódio resultou na amputação do braço direito do baterista. “O acidente poderia ter sido o fim do mundo para qualquer pessoa”, afirmou, certa vez, em conversa com o portal Freethink.

Barnes teve uma recuperação delicada (Reprodução/http://promisedhand.org)

Disposto a lutar pelo seu sonho, em 2013 Barnes foi aceito no “Instituto de Música de Atlanta”. No ano seguinte, uma equipe do “Instituto de Tecnologia da Geórgia”, liderada pelo professor Gil Weinberg, desenvolveu um braço robótico que fez do músico o primeiro baterista biônico do mundo.

Prótese fez de Barnes o primeiro batera robô da história (Reprodução/Internet)

A tecnologia desenvolvida pela equipe do professor Weinberg é muito mais do que uma prótese adaptada para bateristas. O equipamento vem com algumas batidas pré-programadas, recurso que permite ao músico a execução de até 40 toques por segundo com a baqueta. O número é mais que o dobro do que qualquer ser humano, incluindo John Bonham, conseguiria com duas mãos.

Em conversa com site Reverb, Barnes revelou os benefícios proporcionados pelo aparato tecnológico.

“Tocar com a prótese é algo único. A prótese pode tocar velocidades e ritmos que pessoas normais não conseguem, então isso abre mais portas em termos criativos para mim”

Por mais que seja um “milagre tecnológico”, a prótese também trouxe dores de cabeça para Jason Barnes. Como se trata de uma patente, Barnes não pode usá-la para sair em turnê. Diante da burocracia, o músico se viu na obrigação de iniciar uma campanha de financiamento online para arrecadar fundos para desenvolver um braço biônico com o qual ele pudesse excursionar mundo afora. Infelizmente, o crowdfunding não arrecadou nem 10% do valor esperado (cerca de US$ 90 mil).

Apesar do resultado ruim da campanha, Jason Barnes nem pensa em desistir de tocar bateria. A persistência de um músico que um dia usou fitas adesivas para prender uma baqueta ao seu braço amputado, jamais será sepultada.

Foto de Gustavo Morais

Gustavo Morais

Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.

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