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Guia prático para entender como estudar teoria musical

Você certamente já ouviu falar que a teoria musical pode lhe ajudar a tocar ou mesmo cantar melhor, não é? Claro que é possível se virar sabendo pouco sobre o assunto, mas a verdade é que não conhecê-lo vai limitar muito seu desenvolvimento. Então, vale a pena perder o medo e encarar o desafio!

Músico estudando os conceitos de teoria musical
Compreender os conhecimentos teóricos de música é fundamental para melhorar na prática de tocar e de cantar (Foto/Pexels)

Claro que o assunto é bem extenso e precisa ser estudado aos poucos. Portanto, neste artigo vamos dar somente aquele pontapé inicial. Com esta introdução ao assunto, torcemos para que você fique animado em se aprofundar nesse mundo fascinante e de infinitas possibilidades. Com certeza você não vai se arrepender! Bora lá?

O que é teoria musical?

A teoria musical fala sobre as normas que regem a música, explicando como ela funciona. Com seu estudo, compreendemos os mecanismos que fazem com que as canções que ouvimos soem tão agradáveis aos nossos ouvidos.

Afinal, por que aquela música soa triste? Por que esta outra me faz pensar em reis e rainhas? Como faço para “tocar de ouvido“? A teoria musical pode responder a essas e muitas outras perguntas!

Por que estudar teoria musical? 

A teoria musical pode lhe ajudar muito no dia a dia. Com ela, você terá, por exemplo, muito mais facilidade em compor e se comunicar com outros músicos de maneira simples e rápida. Além disso, poderá tirar músicas de ouvido, improvisar um solo com o estudo das escalas, dentre muitas outras coisas. Legal, não é?

Os rudimentos da teoria musical

Como dissemos anteriormente, o estudo da teoria musical é bastante amplo. No entanto, existem alguns pontos de partida cruciais. É a partir deles que poderemos nos aprofundar mais no assunto. Vamos conhecê-los para saber melhor como estudar teoria musical?

1. Os elementos básicos da música

A música, em sua forma mais tradicional, é baseada em três elementos básicos: melodia, harmonia e ritmo. Então, para iniciar nossa jornada, vamos falar um pouquinho sobre cada um deles.

Melodia

A melodia é um conjunto de notas que se relacionam entre si, executadas uma de cada vez, procurando assim, produzir um resultado agradável e harmonioso aos ouvidos. É ela que representa a identidade de uma música. Quando cantarolamos ou lembramos de uma canção, é a melodia dela que vem à nossa mente.

Harmonia

A harmonia dá base para a execução dessas notas e ela tem como grande ferramenta os acordes. Neles, você encontra três ou mais notas, tocadas ao mesmo tempo. As notas da melodia, por sua vez, devem “combinar” com essa harmonia. 

Vamos usar um pouco da imaginação para deixar esse conceito bem claro? 

Imagine um rio cheio de peixes. Na nossa analogia, os peixes seriam as notas musicais, e o rio, a harmonia. Na natureza, os peixes podem fazer o que bem entenderem, desde que fiquem a maior parte do tempo debaixo d’água, certo? Da mesma forma, na música, as notas precisam estar, a grosso modo, dentro da harmonia.

Ritmo

O ritmo é a sucessão de sons e silêncios produzidos de forma proposital e dentro de uma linha de tempo regular. Nele, estão elementos como a duração de cada som e as pausas entre eles. São os ritmos que organizam as notas musicais dentro de uma pulsação, tanto as próprias notas da melodia, quanto as batidas rítmicas de acompanhamento, além das levadas dos instrumentos percussivos.

2. Altura das notas

Cada uma das notas tem um som único e se encontra em uma altura específica. Assim, por exemplo, um ré é mais agudo que o dó anterior, ou seja, mais alto. Da mesma forma, um mi é mais agudo que o ré anterior, e assim por diante. Quanto mais grave, mais baixo, e quanto mais alto, mais agudo. Numa partitura, a representação é feita desta forma, como no exemplo abaixo:

Partitura com clave de sol com as notas desenhadas

3. Escalas

Uma escala compreende uma sequência ordenada de notas separadas por intervalos de tons e semitons. De uma forma geral, cada escala musical representa um conjunto de notas que normalmente acontecem juntas. Como exemplo, podemos citar a escala diatônica de dó maior. O nome pode assustar, mas trata-se simplesmente daquela sequência que aprendemos ainda crianças: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.

No exemplo das escalas maiores, a separação das notas por tons e semitons acontece sempre da mesma forma, que vale a pena ser memorizada: 

Escala maior das notas para estudo de teoria musical

A esta altura talvez você já tenha percebido que cada nota é representada por uma letra. Que tal memorizar também? Veja:

  • C – dó
  • D – ré
  • E – mi
  • F – fá
  • G – sol
  • A – lá
  • B – si

Existem muitas outras escalas, como a menor, menor harmônica, pentatônica, cigana etc. Mas vamos com calma, concorda? Com o tempo você pode entender todas que quiser. O importante agora é que você saiba que elas podem ser muito úteis no seu desenvolvimento. Elas lhe ajudarão, por exemplo, a improvisar e mudar o tom de uma canção (talvez para deixá-la mais fácil de cantar). Aliás, por falar em tom, vamos entender o que é isso?

4. Tom

Antes de prosseguir, é legal esclarecermos que tom pode se referir também a um intervalo entre duas notas, como vimos acima, no item sobre escalas. Mas não é sobre essa definição de tom que falaremos agora, ok?

Sabe quando você acessa a cifra de uma música aqui no Cifra Club e vê, por exemplo, “Tom: D”? Esse tom se refere à tonalidade, ao centro tonal de cada canção, ou em outras palavras, à nota sobre a qual aquela canção orbita. É a nota fundamental, e que nos dá a sensação de conclusão, de relaxamento.

Se você cantar, por exemplo, a canção Parabéns Pra Você com os acordes abaixo, perceberá que existe essa sensação de conclusão na nota da palavra “vida”. Nesse momento, a nota de repouso é sol, o que nos ajuda a perceber que a música está no tom de sol.

        G               D
Parabéns pra você
          G
Nesta data querida
           G7    C
Muitas felicidades
           D           G
Muitos anos de vida

Além disso, podemos verificar se essa nota repousa sobre o acorde de sol maior ou menor. Nesse caso, o acorde que dá sustentação à nota sol é o sol maior. Logo, esse é o tom da música: sol maior.

Essa é a forma mais comum de nos comunicarmos sobre o tom de cada canção. Você verá em seu dia a dia que os músicos respondem nesses termos ao serem questionados sobre o tom de determinada música. “Esta música está em dó maior, aquela está em mi menor” e assim por diante.  E, à medida que você se aprofundar nos estudos, será mais fácil reconhecer cada tom!

5. As notações musicais

As notações musicais são qualquer forma de representação da música por caracteres e símbolos. Existem três tipos delas muito utilizados. Vamos conhecê-los:

Cifra

A cifra é a representação de notas e acordes por meio das letras do alfabeto latino. Aliás, já falamos um pouco sobre isso no item 3, lembra? A cifra da nota dó, por exemplo, é representada pela letra C, maiúscula.

No entanto, quando se trata de acordes, as mesmas letras representam o nome de cada um deles. A letra C, por exemplo, representa não só a nota dó, mas também o acorde de dó maior. E por falar em acorde, é importante firmar que acorde é uma junção de 3 ou mais notas. Assim, a cifra C representando um acorde, abrevia um conjunto de 3 notas musicais juntas e não apenas uma nota sozinha.

Conforme a necessidade, devemos adicionar números e outras letras após a primeira. Veja algumas opções para o acorde de dó:

  • C – dó maior
  • Cm – dó menor
  • C7 – dó com sétima menor
  • Cm7 – dó menor com sétima menor
  • Cm7/9 – dó menor com sétima menor e nona maior

Tablatura

A tablatura, ou simplesmente “tab”, é utilizada para instrumentos de corda, como violão e guitarra, especialmente para demonstrar com mais clareza dedilhados, solos, digitações e algumas técnicas específicas. Aliás, você vai encontrá-la muitas vezes nas videoaulas do Cifra Club!

Para o violão e a guitarra, essa notação conta com seis linhas, em que cada uma representa uma corda do instrumento. Vamos olhar um exemplo mais de perto:

Tablatura do solo da instrução da música La Bella Luna, dos Paralamas do Sucesso

Neste exemplo, começamos pressionando a casa sete na segunda corda do instrumento (B). Em seguida, deslizamos o dedo até a casa nove da mesma corda. Ou seja, na tablatura, a barra representa essa “escorregada” do dedo, denominada slide. Daí por diante, é só seguir a leitura utilizando a mesma lógica.

Partitura

A mais temida notação musical de muitos músicos amadores e até mesmo profissionais é, no entanto, a mais completa. Diferentemente da tablatura, dentre outras coisas, a partitura mostra o ritmo de cada nota e das pausas. Ou seja, com a partitura, você pode tocar uma música até mesmo sem conhecê-la.

Folha de partitura em cima de um teclado

Para alguns instrumentos e estilos, a partitura pode não ser tão popular quanto deveria. Ainda assim, mesmo nesses casos, estudá-la pode facilitar muito sua vida musical. Ela pode lhe ajudar a tocar uma melodia ou arranjo desconhecido, se comunicar melhor com outros músicos, e até mesmo registrar suas composições próprias de maneira fidedigna.

Como estudar teoria musical?

Vale destacar que todos esses conceitos devem estar aliados ao estudo da percepção musical e à prática do instrumento. Dentre outras coisas, procure estar acompanhado do seu instrumento enquanto aprende a teoria e escute músicas tentando reconhecer os conceitos estudados. Assim, você vai estar sempre colocando em prática os conhecimentos teóricos e vai aprender música de forma mais completa.

Tendo como base o que aprendeu aqui, você pode escutar uma canção que goste reconhecendo o que é a melodia, o que é a harmonia, qual é a nota mais alta… Pode também, com seu instrumento em mãos, procurar entender melhor as cifras aqui no Cifra Club, ou mesmo estudar uma tablatura entendendo as escalas e acordes utilizados. Vamos nessa?

Agora é hora de ir mais fundo com o Cifra Club Academy!

Se você quiser se aprofundar mais em cada um desses temas, o Cifra Club Academy com certeza vai te ajudar muito. Lá, você pode estudar teoria com nosso mestre Lucas Telles, além de violão, canto, guitarra e outros instrumentos. Não deixe para depois, você só tem a ganhar!

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