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Música gospel: conheça a história e as transformações do estilo

Embarque nesta visita às raízes da história da música gospel, desde a origem do gênero até as mudanças sofridas ao longo do tempo.

Você sabia que a história da música gospel atravessa séculos? O estilo é responsável por levar louvor a muitas pessoas, musicalizando a adoração a Deus.

O pai da música gospel, Thomas A. Dorsey tocando piano
Thomas A. Dorsey é considerado o primeiro grande representante da música gospel (Foto: Reprodução/Internet)

Mas, mais do que reconhecer, você sabe qual a sua origem e evolução através do tempo? Para responder essas perguntas, vamos nos aprofundar na história da música gospel.

Vem com a gente?

Qual é a origem da música gospel?

Antes de entender sua origem, é preciso entender o seu significado. A palavra “gospel” é uma aglutinação entre “God” e “spell“, com tradução como “Deus soletra” ou “palavra de Deus”. Nesse sentido, a palavra faz referência direta à função do gênero musical, disseminando de forma harmoniosa os louvores e a fé.

Em 1956, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Elvis Presley e Johnny Cash em 1956 gravaram música gospel
Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Elvis Presley e Johnny Cash: artistas totalmente influenciados pela música gospel (Foto: Reprodução/Michael Ochs Archives)

De raízes afro-americanas, o gospel surgiu no início do século XX com a presença de vozes em coral e solistas. Acompanhado de órgão, piano, baixo e até bateria, o estilo foi o responsável por formar pequenos conjuntos musicais nas igrejas. Eventualmente, o gospel deu origem a vários gêneros, como blues, R&B, jazz, rock e soul.

Nos anos 50, o gênero inspirou diversos artistas, como Bill Haley, Little Richard e Jerry Lee Lewis. Sem contar Elvis Presley, que gravou quatro álbuns gospel. Porém, é de Thomas A. Dorsey o título de Pai da Música Gospel, por sua luta pela consolidação desse movimento musical nas igrejas.

Em seguida, outros nomes tiveram início nessa cultura, como Aretha Franklin, Ray Charles, Mahalia Jackson e James Cleveland.

A música gospel moderna

Ao longo do tempo, desenvolvimento da música gospel o elevou a novos patamares, como uma categoria no Grammy e relevância no mercado. Devido a isso, novos subgêneros surgiram, e, dentre eles, elencamos três principais para você conhecer. Confira:

Urban Contemporary Gospel

O Gospel Urbano se desenvolveu gradualmente desde os anos 70, se estabelecendo, de fato, em meados dos anos 80. Ele também abriga outro subgênero chamado de “Christian hip hop”, ambos com influências do funk, jazz, disco, rock e R&B.

Mais presente no mainstream, alguns nomes que representam o gênero são Oleta Adams, Kierra Sherrad e a ex-Destiny’s Child Michelle Williams. Sua sonoridade é caracterizada pelos vocais de um solista, enquanto os instrumentos mais comuns são bateria, guitarra, baixo e teclados.

Southern Gospel

O Southern Gospel Music é um estilo da música gospel vinculado ao country music tradicional. Ele esteve mais presente na região sul dos Estados Unidos, sendo popular pelos seus quartetos musicais. Geralmente, eles são formados por homens que cantavam à capela ou acompanhados por instrumentos como piano e banjo.

A sonoridade é caracterizada por uma mistura de gospel tradicional, pop e country moderno, com intérpretes como Bill Gaither e Mark Lowry. Esse estilo possui inclusive seu próprio Hall da Fama, com indicados e homenageados desde o ano de 1997.

Música Cristã Contemporânea

Nascida nos anos 60 como uma resposta ao movimento hippie, a música cristã visava disseminar o evangelho aos jovens, por meio do Jesus Movement.

Enquanto isso, no Brasil, o estilo cresceu mais abrangente, devido à capacitação de bandas feitas por missionários no país. Nesse período, revelações como Asaph Borba e Grupo Elo fizeram presentes no mercado fonográfico.

Ao longo dos anos, o rock foi incorporado ao gênero, surgindo a primeira gravadora de casting exclusivamente de Rock Cristão. Nesse sentido, destacam-se nessa era bandas como Oficina G3, Catedral e Resgate. Já nos anos 2000, a adoração profética entra como referencial, despontando a cantora Aline Barros e o grupo Diante do Trono, por exemplo.

Hinos gospel

A música gospel utiliza de hinos para diferentes funcionalidades, com sua musicalidade adaptada para cada uma. Baseadas em exaltação de atributos e manutenção do relacionamento com a igreja e Deus, os hinos possuem divisões específicas, como de louvor e de adoração.

Por fim, não podemos nos esquecer da Harpa Cristã e do Hinário Novo Cântico, recortes essenciais do papel dos hinos na música gospel.

Hinos de louvor

A palavra “louvor” está associada a música e oração, sendo usadas para louvar a Deus em reuniões de igrejas cristãs distintas. Em outras palavras, a exaltação e o orgulho de suas qualidades, assim como quando cantamos o hino nacional, por exemplo, estamos louvando a pátria.

Ainda que não tenha palavras exatamente bíblicas, o hino de louvor precisa concordar com a Bíblia, sendo coerente com seus salmos e demais passagens. 

Ele pode ser acompanhado de danças e oferendas, com foco na gratidão pelos atributos de Deus. Por isso, o canto pode ser um ato tão importante a ponto de ocupar grande parte do culto, complementado com palmas e levantar das mãos.

Hino de adoração

Diferente do louvor, o canto de hinos foi incorporado nos cultos cristãos desde os tempos mais antigos. Antigamente, harpas e liras exerciam essa função junto ao pronunciamento de salmos e hinos.

Já nos dias atuais, eles podem ser acompanhados por piano, órgão, orquestra, guitarras e baterias, sem o questionamento em relação aos gostos musicais. O objetivo de incorporar instrumentos e diferentes estilos foi o de aproximar mais jovens e popularizar a mensagem cristã, reforçando o relacionamento com a igreja.

Quando não acompanhado de instrumentos, as congregações acabam por optar pelo canto à capela, como se conferisse a ela um grau de santidade maior.

Outro aspecto importante é a presença de um compositor para criar sua melodia, harmonia e letra, seguindo uma métrica poética como norte de padrão.

Jovens negros cantam música gospel, durante culto cristão
Os hinos de adoração também podem ser entoados com poucos instrumentos, quase à capela (Foto: Reprodução/Pexels)

Aprendizado, conforto e fé: o poder da música gospel

A música gospel tem levado às pessoas mensagens de esperança, fé e conforto. Ainda que sem religião definida, há um público que busca nessas canções a renovação de sua alma. 

Que tal começar listando as melhores músicas e compartilhando a história da música gospel com seus amigos e amigas? Pertencente à igreja ou não, cantar ou tocar louvores pode ser uma ótima maneira de conhecer o estilo e se encantar por ele. Vamos juntos?

Foto de Laryssa Costa

Laryssa Costa

Jornalista, também graduada em Letras e com especialização em Música e Negócios. Amante e pesquisadora da música, viciada em shows e biografias. Escreve para o Cifra Club desde junho de 2021.

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