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Quem foi Bob Marley? Saiba mais sobre o símbolo do reggae

Bob Marley deixou um imenso legado em vida, consagrando-se como um dos nomes mais importantes da história da música mundial. Neste artigo, você conhece tudo sobre a história do rei do reggae!

Apesar de inúmeras biografias e mais de 40 anos de sua morte, muitos ainda não sabem, de fato, quem foi Bob Marley. Claro, o cantor e compositor jamaicano ficou famoso por popularizar o reggae, mas não foi só isso.

Bob Marley rindo com a cabeça levemente virada para o lado e para trás
O histórico, lendário e eterno rei do reggae: Bob Marley (Foto: Reprodução)

O artista, condecorado pela ONU com a “Medalha da Paz do Terceiro Mundo”, denunciou o racismo e a desigualdade por meio de suas letras. Além disso, possui o álbum de reggae mais vendido da história, foi pai de 13 filhos e é considerado um dos maiores artistas de todos os tempos.

Já deu para perceber a importância de sua trajetória, né? Então, vem com a gente saber mais sobre a história dessa lenda da música!

Biografia de Bob Marley

Robert Nesta Marley nasceu em fevereiro de 1945 em uma pequena cidade no interior da Jamaica, chamada Saint Ann. Ele é filho de Cedella Booker – jovem, negra e pobre – e de Norval Marley, um capitão britânico branco que a abandonou.

Apesar do pouco contato com a família, o pai de Bob continuou o ajudando financeiramente até falecer, quando o garoto completou 10 anos. Sua mãe se casou com Toddy Livingstone, e, juntos, se mudaram para a capital do país em busca de uma vida melhor.

Assim, foram para a maior favela da Jamaica, Trenchtown, localizada em Kingstonem. Como era mestiço e de baixa estatura (1,63 m), Marley sofreu bullying por parte dos moradores locais.

Embora a região fosse marcada por pobreza e violência, também tinha um cenário cultural vibrante, o que contribuiu para o desenvolvimento do lado artístico de Bob. Nesse sentido, foi na infância que aprendeu a tocar violão e cantar, se aventurando em ritmos como Ska e R&B. Mais tarde, aos 14 anos, Bob deixou a escola para se dedicar ao seu sonho.

A infância e a adolescência de Robert Nesta foram embaladas ao som da música negra estadunidense. Artistas como Ray Charles, Fats Domino e Curtis Mayfield estavam entre os preferidos dele.

Ao mesmo tempo, ele foi criado junto a Bunny Wailer, filho do seu padrasto. Eles se tornaram melhores amigos e compartilharam a paixão pela música. Ademais, começaram a ouvir e observar atentamente o potencial do grupo The Drifters, que naqueles tempos era muito popular na Jamaica.

Após tentar algumas audições solo que jamais foram às rádios, Marley concluiu que o caminho seria uma banda. Ao lado de Bunny, uniu forças a Peter Tosh, Junior Braithwaite, Beverley Kelso e Cherry Smith e, juntos, formaram a banda The Wailers.

Integrantes da formação original do The Wailers
Bob Marley e companhia no começo da carreira do The Wailers (Foto: Reprodução)

A música de Bob Marley

Antes de tudo, o nome da banda deriva da palavra “wail”, de lamento, como forma de homenagem aos nascidos no gueto que lamentavam sua situação.

No início, a sonoridade tinha referências no Ska e no rocksteady, um típico ritmo jamaicano. Mas, aos poucos, o grupo aderiu outros elementos sonoros e ajudou a definir o que viria a ser o reggae roots.

O primeiro single da banda, Simmer Down, foi lançado no final de 1963. Em janeiro do ano seguinte, já ocupava o primeiro lugar nas paradas do país.

Eles passaram a gravar sobre temas que se identificavam com os rudeboys, dando à música jamaicana uma identidade própria. Os esforços da banda deram tão certo que, em pouco tempo, eles assinaram um contrato com a Island Records.

Assim, em 1973, lançaram o disco Catch a Fire, com sucesso impulsionado pelo hit Stir it Up. Este projeto é considerado por muitos como um dos 200 discos mais importantes da história. Nesse sentido, o grupo conquistou espaço internacional, levando o reggae para o mundo.

A sonoridade do álbum era marcada por solos de guitarra e teclados, assim como os ingleses faziam. Nesse sentido, a ideia era que eles fossem uma nova banda de rock. Entretanto, as letras de paz, temas sociais e protesto destoavam do rock mundial, o que atraiu os olhares de todo o mundo.

Logo, eles saíram em turnê por Reino Unido e Estados Unidos, mas sem retorno financeiro satisfatório.

Quando Bob conheceu o movimento Rastafári, decidiu aprofundar-se na cultura. Não demorou para que as influências da nova religião refletissem em sua música, com temas sociais e espirituais.

Bob Marley & The Wailers

A partir de 1974, a figura de Bob se tornou emblemática, alcançando projeção internacional. Além disso, o grupo passou por uma série de desentendimentos, o que ocasionou em mudanças de formação.

Como resultado, a banda passou a se chamar Bob Marley & The Wailers. Foi nesta fase que surgiram as clássicas canções No Woman No Cry, Three Little Birds e Is This Love.

Bob Marley vendeu milhões de cópias no mundo todo e se apresentou em diferentes países, atraindo uma legião de fãs.

O astro do reggae completou sua discografia com os álbuns Natty Dread (1974), Rastaman Vibration (1976), Exodus (1977), Kaya (1978), Survival (1979), Uprising (1980) e Confrontation (1983) – este último lançado de maneira póstuma.

Vários dos seus sucessos se tornaram mensagem de paz e protesto não só na década de 70, mas também nos dias de hoje, como Redemption Song.

Com o aumento crescente da fama, o artista enfrentou problemas. Dentre eles, um atentado sofrido em 1976, quando homens armados invadiram sua casa e abriram fogo contra ele e seus companheiros.

Tal acontecimento ocorreu por motivos políticos, visto que Marley sempre se posicionou e foi voz ativa nos protestos sociais.

Apesar disso, o cantor se apresentou para um público de 80 mil pessoas no Smile Jamaica, evento pela paz, mesmo baleado e com curativos. Na ocasião, disse uma de suas frases mais famosas:

“As pessoas que estão tentando destruir o mundo não tiram um dia de folga. Como posso eu tirar, se estou fazendo o bem?”

Após o evento, o cantor deixou a Jamaica e guiou seus últimos anos de carreira no Reino Unido.

Os filhos de Bob Marley

O ambiente familiar construído pelo cantor foi bastante movimentado. Ele se relacionou com várias mulheres, mas foi com Rita Anderson que Marley teve seu casamento mais sólido, de 1966 a 1981.

O artista teve um total de 13 filhos: oito com mulheres diferentes e cinco (incluindo dois adotivos) com Rita. Quase todos os herdeiros do rei do reggae seguiram os passos artísticos do pai.

A seguir, você confere os nomes e as ocupações de cada um dos membros da prole do artista:

  • Sharon: Trabalha com serviços sociais e de caridade, além de atuar como curadora do museu de Bob Marley.
  • Cedella Marley: Dançarina, atriz, trabalha com moda e é a diretora da Tuff Gong International, empresa da família que cuida dos direitos autorais das músicas do clã Marley.
  • David Ziggy Marley: Além de músico e ator, se dedica a uma série de projetos filantrópicos, especialmente na Jamaica e na Etiópia;
  • Makeda Marley: DJ e palestrante motivacional;
  • Damian Marley: Cantor, compositor e músico;
  • Ky-mani Marley: Músico e ator.
  • Julian Ricardo Marley: Multi-instrumentista (toca baixo, bateria e teclado) – gravou sua primeira canção aos 5 anos de idade;
  • Stephanie Marley: Formada em psicologia, bacharel em artes e atua no ramo de hotelaria;
  • Karen Marley: Trabalha com moda e design de interiores;
  • Rohan Marley: Empresário e jogador de futebol americano;
  • Robert Marley: Formado em computação gráfica e dublê;
  • Stephen Marley: Músico, compositor e produtor – conquistou três estatuetas do Grammy;
  • Imani Carole Marley: Fez carreira na política jamaicana e vive fora dos holofotes do meio artístico.

Bob Marley, sua esposa Rita e seus primeiros filhos
O casal Bob e Rita ao lado de seus primeiros filhos (Foto: Reprodução)

O que Bob Marley defendia?

Bob Marley foi um artista politizado, espiritualizado e também controverso.

Se tornou grande adepto da religião Rastafári. Nesse sentido, as letras de Bob Marley, bem como suas ações, o revelam como uma espécie de “missionário rasta”. Dessa forma, ajudou a promover de forma global os fundamentos da religião.

Porém, antes de falecer, se converteu ao Cristianismo, foi batizado na Igreja Ortodoxa da Etiópia e recebeu o nome de Berhane Selassie.

Adepto do reggae roots, Bob Marley fazia arte de resistência. Suas canções são hinos que abordam questões sociais, espirituais, opressão racial, entre outros assuntos que colocam o dedo na ferida da sociedade.

Nunca escondeu sua defesa à maconha. Aliás, foi preso na Inglaterra, em 1975, após ser flagrado fumando.

Acima de tudo, além de um autêntico defensor das cores do reggae, Marley sempre foi um guerreiro da paz e do amor.

Bob Marley juntando as mãos dos políticos Michael Manley e Edward Seaga em show
Bob Marley selou a paz entre Michael Manley e Edward Seaga, representantes de lados antagônicos da política jamaicana (Foto: Reprodução)

A causa da morte de Bob Marley

Em julho de 1977, o artista descobriu um tumor em um dos dedos do pé. Ele foi diagnosticado com uma espécie de câncer de pele, chamado Melanoma Maligno, que se desenvolveu sob sua unha.

Com a evolução da doença, a junta médica recomendou a amputação do dedo, mas o músico não topou realizar o procedimento. Isso porque, de acordo com um dos princípios rastafáris, “médicos são homens que enganam os ingênuos, fingindo ter o poder de curar“.

Outra preocupação do artista era a possível sequela que a ausência de um dedo deixaria em seu jeito de dançar.

Por outro lado, ele concordou em passar por uma cirurgia para tentar remover as células cancerígenas. A operação, entretanto, não surtiu os efeitos necessários, e o câncer espalhou-se para o cérebro, pulmão e estômago.

Sem ter muito o que fazer, o artista decidiu passar os seus últimos dias em sua terra natal. Ao tentar retornar à Jamaica, passou mal durante o voo de volta da Europa e, como o quadro de saúde já era bem delicado, precisou ser internado, em Miami.

No dia 11 de maio de 1981, com apenas 36 anos, Bob Marley não resistiu às complicações degenerativas do câncer. O funeral foi realizado na Jamaica, com direito a uma combinação de práticas da Igreja Ortodoxa da Etiópia e do Rastafarianismo.

Junto de sua guitarra favorita, uma Fender Stratocaster vermelha, o corpo do maior representante do reggae foi sepultado em uma capela perto de sua cidade natal.

Qual o legado de Bob Marley?

Apesar da pouca idade e breve carreira, a verdade sobre Bob Marley é que seus impactos cultural e social são inegáveis. O legado de Bob Marley consiste na luta ativa pela paz e pela união da juventude, com letras que iam à contramão da época.

Após a sua morte, ele ganhou status de rei do reggae, um mito representante do povo pobre e oprimido, e ganha cada vez mais força. O artista possui uma imensa popularidade em, literalmente, todo o mundo.

Os posicionamentos ideológicos imortalizados em suas canções continuam a chamar atenção de novas gerações, enquanto seus discos sempre atingem boas vendagens.

A arte de Marley conquistou o respeito e a admiração de várias estrelas da música, incluindo Mick Jagger, Eric Clapton, Santana e Bono.

Agora que você sabe quem foi Bob Marley e conhece seu legado, que tal compartilhar essa história com seus amigos? Assim, vocês conhecem não só mais sobre boa música, como também os ideais de luta do rei do reggae!

Uma personalidade artística como Bob Marley faz parte do grupo daqueles que nunca serão esquecidos, sempre serão amados e jamais serão totalmente compreendidos.

Boas vibes, sempre…

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