Nickelback esquenta debate político no plenário
Você não leu o título errado, amigo leitor! É isso mesmo: Nickelback foi assunto tratado… no plenário! Se de vez em quando você pensa que a política brasileira polariza até nas causas – digamos – mais rasas, saiba que lá gringa rola o mesmo tipo de coisa.
Na semana passada, enquanto você ainda curava a ressaca de Carnaval, dois deputados se digladiavam, no plenário dos Estados Unidos. A peleja se desenvolvia numa boa até que, não mais que de repente, os sentimentos em relação à banda Nickelback, conhecida por ser “a banda que todo mundo ama odiar”, tomaram as argumentações de assalto!
Relembre momentos em que #DeuRuim pro Nickelback:
- Torcedores protestam contra show do Nickelback em jogo de futebol
- Fãs gritam “foda-se o Nickelback” durante show do Stone Sour
Em seu discurso a respeito de um projeto, o deputado Mark Pocan, do Partido Democrata, representante do estado do Wisconsin, usou o nome do grupo canadense para ilustrar os números obtidos em uma pesquisa de opinião:
Apenas quatro das 77.000 pessoas entrevistadas querem que isso continue. Isso é provavelmente a porcentagem de pessoas que pensam que o Nickelback é a sua banda favorita nesse país.
Antes de concluir, o democrata começou a rir ao perceber a reação do “rival” Rodney Davis, do Partido Republicano, representante do estado de Illinois, que questionou em alto e bom som:
Por que você está criticando uma das maiores bandas dos anos 90?
Em meio à gargalhadas, Pocan não se fez de rogado e ironizou:
Ual! Encontramos mais um motivo pelo qual há diferenças entre Democratas e Republicanos!
Quando o republicano tomou a palavra, o papo foi reto, bruto e sistemático:
Sei que ele não quis ofender os milhares e milhares de fãs de Nickelback no seu distrito, em Wisconsin. Direi isso aqui para poupá-lo de ter que fazê-lo e enfrentar as consequências políticas nas urnas… E sim, eu tenho uma música do Nickelback na minha playlist de corrida que eu ouço com frequência. Eu fui ridicularizado quando postei a minha playlist uma vez, e eu sei que alguns aqui na Câmara ainda estão rindo disso.
Confira o “debate” no vídeo abaixo:
For a moment today, debate in the U.S. House turned to the popularity of Canadian rock band @Nickelback
Rep. @RodneyDavis & @repmarkpocan were debating an amendment to #HR1 that would change how incarcerated people are counted in the Census@CSPAN Video: https://t.co/e1J10d9odp pic.twitter.com/N82j614yOl
— Graham MacGillivray (@GWMacGillivray) 7 de março de 2019
Xingou muito no Twitter? #SQN
E como não poderia ser diferente, Rodney Davis não encerrou a discussão na bancada. A treta foi parar no Twitter! Lá no microblog, o republicano não “xingou muito”, mas aproveitou a oportunidade para continuar “o debate” e, de quebra, ainda revelar mais detalhes sobre seu gosto musical.
Para chegar no resultado, Salli analisou várias críticas sobre a banda publicadas entre 2000 e 2014. Segundo a pesquisa, o trabalho do Nickelback “não é autêntico”.
No geral, as descrições implicam que as músicas não são expressões genuínas escritas de boa vontade, mas sim forçadas e feitas por razões comerciais, revelou.
Salli Anttone resume sua pesquisa dizendo que a banda “segue muito bem as expectativas de gênero, o que é visto como imitação vazia, mas aposta demais nas táticas comerciais. Como resultado, o trabalho deles sofre de falta de uma identidade estável e sincera”.
Relembre um hit da banda e observe se a autora tem razão:
Se chegou até aqui, você já acompanhou a opinião de políticos, tá ligado no parecer da ciência e até relembrou um hit dos caras. Mas e aí, caro leitor? Você curte o som do Nickelback ou pensa que essa banda nem deveria existir? Deixe sua opinião nos comentários! Ah, não se esqueça de convidar a sua galera para opinar. Para isso, basta você compartilhar o link deste post nas suas redes sociais e WhatsApp 😉
Gustavo Morais
Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.