Se eu te perguntar “o que é o som?”, certamente terei uma resposta abstrata, não é mesmo? Então está aí um desafio para nós, que somos esses estranhos seres aficionados por tudo o que se relaciona à música!

Com este post, vamos em busca de um entendimento mais claro do que seja o som, investigando sobre as propriedades e características desse fenômeno acústico. Ficou interessado? Então vem com a gente!

O que é o som, afinal?

Então, lembra as aulas de física na escola? Em caso afirmativo, é possível que você não estranhe a informação de que o som é uma onda do tipo mecânica. Isso quer dizer que essa onda precisa de um meio para sua propagação.

Além disso, essa propagação do som ocorre de forma longitudinal. Em outras palavras, o som se propaga na direção paralela à vibração da qual se origina.

Isso quer dizer também que o som é tridimensional, ou seja, pode ser percebido em quaisquer das direções desse plano.

Quais são as características do som?

Bom, agora que já sabemos o que é esse fenômeno, vamos em busca dos elementos que o caracterizam!

Altura

A altura do som se refere à frequência da onda sonora. São as diferenças entre essas frequências que nos permitem perceber um som grave, médio ou agudo.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que nós humanos só conseguimos captar as frequências dentro de um espectro que vai dos 20 Hz aos 20 kHz (ou 20.000 Hz).

Dessa forma, dizemos que um som está alto quando agudo (maior frequência) e baixo quando grave (menor frequência) .

No entanto, muita gente confunde altura com volume. Sabe quando a sua mãe reclama que o som está alto? Então… ela pode não estar dizendo a verdade.

Intensidade

Por sua vez, a intensidade é uma medida que tem a ver com a quantidade de energia que está fluindo em uma fonte sonora. Porém, nesse caso, temos duas variantes: a potência da intensidade da dissipação da onda pela fonte sonora e a área da região que ela atinge.

Na física, convencionou-se medir a intensidade sonora em Watts. Por isso os aparelhos de som e amplificadores de instrumentos elétricos são classificados com essa medida.

Desse modo, já sabe… quanto mais Watts tiver seu amplificador, maior será a intensidade sonora de que ele é capaz. Bem como maiores também serão as chances de seus vizinhos reclamarem…

Timbre

Ah, os timbres… você sabia que cada instrumento musical pode emitir uma onda sonora que vibra de uma maneira única? É por isso que se você tocar a mesma nota, na mesma oitava e com o mesmo volume em diferentes instrumentos, ouvirá sons de qualidades distintas. Isso é devido, também, ao ataque do instrumento, aquele barulhinho que ouvimos quando encostamos na corda do violão, por exemplo.

Dessa forma, cada instrumento vai ter um som de ataque diferente – o som do sopro de uma flauta, do martelo batendo na corda de um piano, do slap de um baixo elétrico – e isso é o que nos permite diferenciar claramente entre cada um.

Os cantores de plantão aí também já estão ligados no fato de que nossa voz é o nosso instrumento musical e que cada um de nós tem um timbre único.

Isso se explica ao observarmos que a região de nossa anatomia que é responsável pela emissão de voz também tem características indistinguíveis. Logo, de um indivíduo para o outro, sempre haverá diferenças nas pregas vocais. Isso vai mudar aquele ataque da nota, sobre o qual falamos logo acima. 

Aliás, a região que vai da laringe à cavidade vocal, toda ela apresenta também características individuais. Por isso, até mesmo os gêmeos idênticos terão vozes diferentes. Se não fosse assim, a tecnologia de reconhecimento por voz, por exemplo, não seria possível. Interessante, né?

O que são fenômenos ondulatórios?

Se você já teve que lidar com tratamento acústico de um ambiente, certamente deve ter se deparado com este assunto.

Por suas propriedades mecânicas, ou seja, estamos falando de vibração, a propagação do som acontece em forma ondulatória.

Isso implica no fato de que diversos fenômenos acústicos interferem na propagação do som e, por consequência, afetam a qualidade da sua gravação, por exemplo. Estamos falando dos fenômenos ondulatórios, que veremos a seguir.

Reflexão

Como o nome já diz, reflexão do som pode ser entendida se compararmos com o reflexo da luz quando a espelhamos.

Dito de outra forma, estamos falando de quando a onda encontra um obstáculo e se choca com ele. Dessa forma, chocando-se com esse objeto, ela retorna sua fonte de propagação. Sabe o eco e a reverberação, então… tem a ver com isso também.

O eco, na verdade, ocorre quando a onda retorna com delay, ou seja, após o som original ter se extinguido. Já a reverberação acontece quando a reflexão faz com que a onda retorne antes da extinção do som original, reforçando-o.

A reverberação é inclusive responsável pela ambiência de um local. Tocar órgão numa igreja cria um som 100% diferente de tocar dentro do seu quarto. Isso porque os formatos específicos da arquitetura da igreja permitem um tipo de reverberação específica. Os softwares de edição de áudio se aproveitam muito desse fenômeno, ao simular determinadas reverberações.

Difração

Você sabia que as ondas têm a incrível capacidade de contornar obstáculos? Dependendo do comprimento da onda que se propaga e da largura do obstáculo que ela encontra, teremos algum grau de difração do som.

Isso é o que explica o fato de podermos ouvir atrás da porta quando alguém está falando do outro lado.

E, por falar nisso, se você já foi a um estúdio de gravação deve ter reparado que as portas são bem espessas, não é mesmo? Elas são construídas assim para reforçar o isolamento acústico. Em outras palavras, para que haja grande difração do som.

Refração

Às vezes as ondas sonoras mudam de meio de propagação. Sabemos que o som se propaga pelo ar, mas o que aconteceria se a fonte sonora incidisse em outro meio, como a água, por exemplo?

A água é mais densa que o ar, ou seja, é um meio com características vibratórias distintas. Isso causaria a refração da onda, que no caso do som, implica em mudança na velocidade e no comprimento da onda. Por isso você escuta uma voz distorcida dentro d’água.

Absorção

Quando uma onda sonora atinge algum obstáculo, ela é, em alguma medida, absorvida. Isso ocorre porque parte de sua energia sonora é perdida ali. Sendo, por consequência disso, refletida, refratada ou retransmitida com menor intensidade. Isso também explica partes das vibrações que sentimos com um som bem alto, parte da energia é absorvida pelo nosso corpo.

Interferência

Quando há mais de uma fonte sonora sendo propagada ao mesmo tempo, teremos sempre algum tipo de interferência entre elas.

Caso essa interferência seja positiva, ou seja, se as ondas estiverem em fase, teremos a famosa ressonância. Caso contrário, se estiverem fora de fase, elas se anulam e o som se extingue.

Aprenda mais sobre áudio

Se você chegou até aqui, certamente já tem uma base conceitual mais abrangente sobre o que é o som. Para melhorar a sua experiência com o assunto, que tal conferir o curso de áudio do Cifra Club?

De maneira didática, leve e eficiente, você vai aprender como microfonar equipamentos. Logo, esses ajustes te ajudarão a tirar o melhor som possível nas suas gravações e apresentações.