Para muitos que ainda estão começando a lidar com as baquetas, a hora de fazer as viradas de bateria gera muita ansiedade. Afinal, além de ter que contar o tempo, é preciso pensar numa conversão legal de executar. Também é necessário estar atento à coordenação, para bater em todas as peças do instrumento com a mesma precisão.

Felizmente, existem dicas e exercícios que você pode fazer para começar a naturalizar a prática das viradas de bateria para iniciantes. Com o tempo, você vai se sentir seguro para embelezar e complementar as viradas, criando seu estilo particular.

Viradas de bateria para iniciantes : como desenvolver?

Ficou curioso para saber tudo sobre este assunto? Então, fique por aqui, pois vamos abordar os fundamentos básicos para entender o que acontece nas viradas e dar dicas de como fazê-las.

Além disso, mostraremos 15 exemplos de viradas de bateria para iniciantes que você pode começar a fazer hoje mesmo. Nossas dicas partem de modelos bem simples e vão até situações um pouco mais complicadinhas.

Como treinar viradas de bateria?

Bateria é ritmo! Sim, essa afirmação pode parecer meio boba de tão óbvia, mas muita gente peca por esquecer dela! Vários bateristas evoluem a ponto de conseguir fazer viradas impressionantes, mas, por não terem os fundamentos básicos bem afiados, acabam tendo dificuldade de manter o ritmo e o andamento.

Você já deve ter visto algum exemplo disso ao vivo, seja em um barzinho ou numa igreja. A música começa num andamento legal, mas, de repente, vai ficando mais devagar e chega se arrastando ao final. Ou o contrário: tudo se inicia bem, até que, com a energia do refrão, o baterista começa a correr, e os outros músicos têm dificuldade de acompanhar. Pois é, vários problemas podem ocorrer se os fundamentos não estiverem firmes.

Evoluir na bateria sem conseguir manter o ritmo é como querer construir um prédio em um local sem fundação: até pode ser que você consiga, mas, alguma hora, os problemas aparecem. Portanto, o que é preciso para começar a fazer viradas? Grandes mestres das baquetas sempre dão duas dicas primordiais: usar metrônomo e solfejar!

A importância do metrônomo para aprender viradas de bateria para iniciantes

O metrônomo é um aparelho que emite pulsos sonoros constantes, medidos em batimentos por minuto (BPM), que podem ser programados no andamento que você deseja. Praticar bateria com este aparelho faz com que você se mantenha no andamento correto e também perceba quando sair dele.

Muitos bateristas iniciantes (e até alguns profissionais) têm o metrônomo como um inimigo, mas, o quanto antes você se habituar e se sentir à vontade tocando com ele, mais cedo ganhará fluência no instrumento. Isso porque as alterações de ritmos que acontecem durante as viradas estarão no andamento correto.

A técnica de solfejo

A outra dica é solfejar! O solfejo é um exercício de leitura de partitura no qual se cantam as notas musicais. Os bateristas têm a vantagem de não precisarem se preocupar com afinação e tonalidade das notas, apenas com os ritmos.

Então, como fazer para começar a solfejar? Você vai precisar de um metrônomo, baquetas e, se tiver, um pad.

Acerte o metrônomo em um ritmo 4/4 em andamento lento (60 BPM, por exemplo) e em semínimas. Com isso, o aparelho marcará os tempos 1, 2, 3 e 4. Para tocar semínimas, basta fazer uma nota em cada tempo, por exemplo, cantarolando os números. Já para fazer colcheias, cada tempo terá duas batidas, como se contássemos “1 e 2 e 3 e 4 e”.

Para as semicolcheias, são quatro notas por tempo. A dica então é usar uma palavra de quatro sílabas para cantar os tempos (ou fazer as notas com a baqueta). Cada professor e cada método recomenda uma palavra diferente, como “TaCaDiMi” ou “ChoCoLaTe”. O importante é fazer a divisão correta das notas.

Após ver os fundamentos básicos de viradas de bateria para iniciantes, vamos conferir alguns exemplos que você pode praticar agora mesmo!

15 viradas de bateria para tocar hoje

Antes de tudo, vamos relembrar a notação de bateria em partitura:

Viradas em um tempo

Para começar, a ideia é executar um compasso de ritmo normal para depois acrescentar uma virada. Neste caso, ela acontece apenas no último tempo e é composta por duas batidas na caixa em colcheias.

Podemos expandir o exemplo fazendo uma batida na caixa e outra em uma nova peça da bateria, ou as duas em outra parte do instrumento. Confira:

Viradas em dois tempos (meia virada)

Estes exemplos seguem o mesmo princípio do anterior, mas agora vamos usar dois tempos do segundo compasso.

Também podemos usar as outras peças da bateria:

Uma ideia para ir um passo adiante é usar uma virada em semicolcheia nos últimos dois tempos. Veja:

Lembre-se de variar as peças à vontade, como é mostrado a seguir:

Além disso, podemos misturar a semicolcheia e a colcheia, criando novas ideias rítmicas. Olha só como pode ficar!

Confira o vídeo abaixo do nosso professor João de Paula:

Viradas em semicolcheia

Com as ideias acima bem dominadas, podemos partir para as viradas em semicolcheia. Vamos realizar 4 notas a cada tempo, ou seja, um total de 16 notas por compasso. Dependendo do andamento, este pode ser um desafio, e as viradas começam a chamar a atenção pela velocidade.

Para o primeiro exemplo, serão 4 batidas na caixa, 4 no tom 1, 4 no tom 2 e 4 no surdo.

Agora, vamos variar as peças, criando uma ideia sonora menos linear:

Três compassos com virada simples

Agora, vamos fazer um compasso inteiro de virada, ou seja, viradas de quatro tempos. Para isso, antes de cada uma delas, repetiremos o ritmo base por 3 compassos, para firmar bem o andamento tocado:

Observe como também podemos misturar as figuras rítmicas das colcheias e semicolcheias.

Crescendo

Essa é uma virada bem legal para usar na introdução da bateria de algumas músicas, ou para fazer a intensidade subir para um refrão. A ideia é bater simultaneamente na caixa e no surdo, começando com batidas mais fracas e aumentando intensidade e força a cada toque. No último tempo, bata bem forte e deixe o bumbo soar uma semínima:

Tercina com uso do bumbo

Outra opção bem bacana é usar as tercinas. Tercinas são um agrupamento de três notas tocadas em 1 tempo. Fique com um exemplo disso em uma virada comum:

Além disso, também podemos incluir o bumbo nas batidas e criar sonoridades bem interessantes:

Gospel Chops

Com o passar do tempo e com sua evolução com as baquetas cada vez mais clara, você pode entrar no mundo dos Gospel Chops e tentar praticar esses tipos de viradas, fenômeno bastante popular dos últimos tempos.

Aprenda mais sobre Gospel Chops na prática com o vídeo a seguir!

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