Eles são duas crianças a viver esperanças, a saber sorrir Ela tem cabelos louros, ele tem tesouros para repartir Numa outra brincadeira passam mesmo à beira, sempre sem falar Uns olhares envergonhados e são namorados sem ninguém pensar Foram juntos outro dia, como por magia, no autocarro, em pé Ele lá lhe disse, a medo: O meu nome é Pedro e o teu qual é? Ela corou um pouquinho e respondeu baixinho: Sou a Cinderela Quando a noite o envolveu ele adormeceu e sonhou com ela Então Bate, bate coração! Louco, louco de ilusão! A idade assim não tem valor Crescer Vai dar tempo p'ra aprender Vai dar jeito p'ra viver O teu primeiro amor Cinderela das histórias, a avivar memórias, a deixar mistério Já o fez andar na lua, no meio da rua e a chover a sério Ela, quando lá o viu, encharcado e frio, quase o abraçou Com a cara assim molhada, ninguém deu por nada, ele até chorou Então Bate, bate coração! Louco, louco de ilusão! A idade assim não tem valor Crescer Vai dar tempo p'ra aprender Vai dar jeito p'ra viver O teu primeiro amor E agora, nos recreios, dão os seus passeios, fazem muitos planos E dividem a merenda, tal como uma prenda que se dá nos anos E, num desses bons momentos, houve sentimentos a falar por si Ele pegou na mão dela: Sabes Cinderela, eu gosto de ti Então Bate, bate coração! Louco, louco de ilusão! A idade assim não tem valor Crescer Vai dar tempo p'ra aprender Vai dar jeito p'ra viver O teu primeiro amor Cinderela Então Bate, bate coração! Louco, louco de ilusão! A idade assim não tem valor Crescer Vai dar tempo p'ra aprender Vai dar jeito p'ra viver O teu primeiro amor Então bate bate coração