Reparem no retrato que a minha estampa define sou Laélio Bianchini e aqui no mais me desato pra fazer o relato de uma façanha machaça porque a sorte andava escassa que foi naquela segunda que tive que dá uma tunda na minha mula fumaça Vinha no mais ao passito pensando e mirando lejo quando senti de reflejo que tinha algo esquisito as vez nem eu acredito e chego a ficar pensando porque eu não tava esperando pois foi no cambiar do jogo que a fumaça prendeu fogo e virou brasa corcoveando Já na primeira gambeta por pouco que não me esfola caiu sentada na cola se esquivando das roseta oiga-le mula sotreta qua se arrasta e não se achica chegava a ficar nanica num chamarreio estendido sem saber que fui parido lá pela Coxilha Rica Seria o destino ingrato quando ajouja um açoite ao xucro qua passa a noite fazendo corpo de gato nas venta um cheiro de extrato na alma um resto de fula tormento pra quem calcula o peso que vem nos taco balanceando no sovaco cada corcóveo da mula Arrinconado na encilha aonde nunca me arroio só livro a toca dos óio e o resto tudo é virilha no socado eu sou forquilha quando atropelo as esporas riscando paleta a fora no velho estilo campeiro que eu venho lá do barreiro e miséria não me apavora De repente a mal costeada na volta de um sarandeio quase que se parte ao meio numa baguala bolcada sai livre da malvada e pra lhe encurtar a prosa depois desta baita grosa ainda me dói a carcaça mas na minha mula fumaça não hay cismas de baldosa