No meu sombreiro tapeado Levo a Santa protetora E Ela amadrinhadora Quando um aporreado berra O sangue pulsa da Terra Quando o vento traz o cheiro De algum retoço grongueiro Nos "Campo" em cima da Serra E num jeitão pataquero Largo ao trote estrada a fora Ouvindo o canto da espora Na campeira melodia O coração anuncia Batendo desconpassado Que eu tô de romance atado Num Rodeio em Vacaria Então se vamo Ver onde a cordeona chora Com a benção do patrão velho e a fé em Nossa Senhora Vamo s'embora Que tem baile noite e dia Tradição que se renova Num Rodeio em Vacaria Carrego um naco de lua Na cabeça do lombilho E pra o meu pingo tordilho Não existe cancha braba Sou parte da gauchada Que tem certeza no braço Sabe os segredos do laço Que se revelam na armada. E quando arrasto os pés no chão Numa vaneira cuiuda Nos braços de uma crinuda A noite fica pequena E quando o dia me acena Vou me fazendo de louco Já que o rodeio tão pouco Pra se amar tanto a morena.