De madrugada alço a perna num tição Mirando o fogo, ao despacito mateio E o vento norte reponta o romper da aurora Arrasto espora e dou de mão nos meus arreios Garrão de potro bem sovado a meio pé Chapéu tapeado no estilo da fronteira Saio ao passito de bombacha remangada E a bagualada trago a grito pra mangueira Tenho um lobuno que por pouco se boleia E um malacara velhaco e manoteador Perdi a conta de quantas vezes um tobiano Por aragano me coiceou no tirador De três galopes tem um baio pescoceiro E um gateado das quatro pata brazina Mais um picaço que se amansa pouco a pouco E um zaino louco que eu redomoneei pra china Faz muito tempo que eu arrodeio tronqueiras Sou um índio chucro, domo potro e gineteio Quando piazito embuçalei meu destino Por ser teatino me agrada o choro do arreio Pois quem já nasce com a alma presa na espora E o coração batendo igual a um rebenque Nasce sabendo que a vida é mais aragana Do que um ventena que senta e abraça o palanque Tenho cravado em frente ao rancho Um palanque macharrão Que enrraizado no chão Escora qualquer sentador Sou taura, sou domador Também nasci caborteiro Tenho um cusco por parceiro E o sol de amadrinhador Quando a tardinha chega ao tranco escaramuçando No oitão do rancho pra golpear um mate me sento Junto da china amor chucro e candongueiro E o sol matreiro se rebolca terra adentro