A minha voz que vem de um tempo ancestral Carrega a força baguala de alguma carga de guerra E altaneira, topando tempo e estrada Atravessa a madrugada sempre exaltando minha terra A minha voz é pataleio da eguada Que corre de cola alçada cortando várzea e coxilha E abagualada se mistura com a cordeona E com a guitarra chorona na minha sina andarilha A minha voz, grito de pampa A minha voz, crioulo canto Que rompe o tempo e não cala Tem verdade no que fala, possui raíz Consciência, garra e devoção A minha voz, xucro vento É um pampeano chamamento De patriotismo e de amor por este chão É de outrota, a voz campeira que trago E pelos rincões deste pago já ecoou em muito galpão Também faz eco em alguma costa de mato Quando meu laço desato para lidar com boi gavião E sigo firme defendendo meu ideal Cumprindo este ritual, de cantar minha querência Crioulo ofício, Deus me deu ainda bem novo Sempre honrar este meu povo até findar minha existência