Os cincerros alarmados Ecoam na voz do vento Prenunciando o movimento Das tropilhas de aporreados Um guasca ritual sagrado Onde a tradição mais pura Nos mostra a imagem segura Do xucrismo que entrevera Ânsias e apegos das feras Arte, coragem e bravura. Parece até que os palanques Sustentam cernes de aço Escorando manotaços E testemunhando arranques Firmes pra que não estanque Nosso patriotismo pampa Que o tempo não seja a trampa E o progresso não destrua A nossa crença charrua Que é a alma da nossa estampa. Esporas buscam corcovos Rebenques marcam estilos No macanudo perfilo "Acrioulada" dos povos Desafiando sonhos novos Em contrapontos marotos Ganham uns e perdem outros No vai e vem dos sotretas Ornamentando rosetas E botas garrão de potro. "Sonan" campanas sulinas "Malos" coiceiam "pinguellos" Vibram poncho e "pañuelos" Voam melenas e crinas Perante o olhar das chinas "Templados" por tanta graça Entre a poeira e a fumaça Pataquadas e floreios Guitarras em bordoneios E gineteadas machaças. Trilham guapos e malinos No calor do "ruedo" vasto Em montas de pêlo e basto, Oriental e argentino Toreando o próprio destino A cada grito de solta Onde a sorte se dá volta E a vida se chamarreia O índio que gineteia A Deus entrega sua escolta.