Bagual é o tropel de eguada Na volta da recolhida Grito de forma, cavalo Impondo a norma da lida Bagual é um buçal torcido Com a argola forte de ferro Onde se agarra a presilha De um cabrestão braça e pouco Se um bruto senta por louco Não se escapa nem o berro Bagual é o canto do galo rasgando um fiapo de noite É o vento fazendo açoite na crista do macegal É o clarão meridional da aurora sonando a venta É a fé que ataca a tormenta com machado e cruz de sal Bagual é o basto quatro cabeças, feitio do pago oriental Rédeas de doma, bocal e o maneador bem sovado Uma maneia machaça de uma papada de touro Pra sustentar o estouro de um xucro recém pegado Bagual, bagual, bagual, bagual Bagual é um jeito de ser de um tipo rude e orelhano Raça do solo pampeano forjada no tempo feio Bagual é o modo de agir com bondade e valentia Respeito e sabedoria de quem faz pátria no arreio Bagual é um par de choronas no garrão de um índio cru É a condução d'um Zebu numa flor de paleteada Uma reculuta de boi, uma revisada de potro Desce de um e monta no outro sem refugar a bolada Bagual é um tiro certo de laço, daqueles de toda a trança Esparramando confiança de braço e tino campeiro É um mangueirão de oito fios bem reforçado e pachola Que muito serve de escola pra ma costeado e matreiro Bagual, bagual, bagual, bagual Bagual é um jeito de ser de um tipo rude e orelhano Raça do solo pampeano forjada no tempo feio Bagual é o modo de agir com bondade e valentia Respeito e sabedoria de quem faz pátria no arreio Bagual, bagual, bagual, bagual