Meu lindo Baio Boneco, dos meus tempos de guri Me lembro sempre de ti, com uma saudade sem fim Das tuas baldas eu sabia, com muito orgulho eu sentia Que tu gostava de mim, que tu gostava de mim. Meu petiço ficou triste, quando me viu com outro amigo Mas alcançava no estribo e me entreverava na lida E é sempre rindo que eu falo, fosse o primeiro cavalo Que montei na minha vida, que montei na vida. Quando entrava na mangueira e gritava boneco neco Ouvias o nosso xaveco com aprumo de capataz Meu coração de menino sentia um ar repentino De um sentimento de paz, de um sentimento de paz, de um sentimento de paz. E ai te alcançava o cabresto, pra te enfiar o buçal Te dava um abraço cordial, coçando-te com a minha mão E ouvindo boneco neco, ficava soberbo e quieto A espera do teu patrão, a espera do teu patrão. Trajado de calça reta eu me sentia um lacaio Por tua causa meu baio, nunca sonhei ser doutor Cheguei até proclamar, meu pai eu quero estudar Pra um dia ser domador, pra um dia ser domador. Se é que cavalo tem alma, sei onde estas baioneco Quando me vestir de boneco, com lenço envez de chapéu Te peço, cuida o lançante e nesse derradeiro instante Vem me buscar lá pra o céu, vem me buscar lá pra céu Vem me buscar lá, lá pra o céu, vem me buscar lá pra o céu.