Naquele sábado lindo Tinha um baile de bombacha E olhando os outros saindo Um peão sólito achou graça Porque as pilchas que ele tinha Já estavam muy remendadas Foram sacos de farinha Com as letras já desbotadas Baile lindo pra ir de carreta Sina de escravo é a do boi Volteou um baio lança seca E pro baile também se foi Volteou um baio lança seca E pra o baile também se foi Vida amarga esta do peão Que não pode ir pras carreiras Nem ver gaita de botão Tocando chote e rancheira Quando ao rancho foi chegando Deu um baque na cancela E ao luar ficou espiando Pelas frinchas da janela Vida amarga esta do peão Que não pode ir pras carreiras Nem ver gaita de botão Tocando chote e rancheira Quando ao rancho foi chegando Deu um baque na cancela E ao luar ficou espiando Pelas frinchas da janela Quieto ali, cheio de encanto Viu os olhos de uma prenda Como ele, ali num canto Triste, só, fazendo renda Mandou ali o santo pra ela E foi contando seus segredos E entre as sombras da janela Lhe beijou a ponta dos dedos Viu ali o peão caipora Com sabor de um beijo puro Lhe incendiando a cor da aurora Com as promessas do futuro Lhe incendiando a cor da aurora Com as promessas do futuro Foi-se embora com o mistério De uma noite enluarada Companheira do gaudério De bombacha remendada Com o clarão dos olhos dela Trouxe a Lua e a estrela guaxa Com o feitio de uma janela Remendadas' na bombacha Foi-se embora com o mistério De uma noite enluarada Companheira do gaudério De bombacha remendada Com o clarão dos olhos dela Trouxe a Lua e a estrela guaxa Com o feitio de uma janela Remendadas' na bombacha Naquele sábado lindo