Esta lágrima insistente Abre surros no meu rosto Da salmoura sinto gosto E despacito compreendo Que a própria alma escorrendo Do fundo desta vertente Vai levar junto o vivente Que vai aos poucos morrendo Já me serviu de disfarce Muitas vezes nos galpões A fumaça dos tições Para as mágoas que carrego E se meus olhos esfrego Não quis que ninguém notasse Pela umidade da face Que pouco a pouco me entrego (Se há um resto de coragem O corpo não obedece O sol já não mais aquece A carcaça dolorida E se a mente convida Para um último reponte Reparo que o horizonte Está mais longe que a vida.) A solidão garroteia Quem só tem por companheira A saudade caborteira O cusco, o mate e o pito (E se prepara solito Pra empeçar a cavalgadas Rumo a última morada Lá na estância do infinito.)