Eu não sou daqui, não sou Eu sou de lá Eu não sou daqui, não sou Eu sou de lá A Lua cheia Quando bate nas aldeias A menina das candeias Cirandeia no luar O seu lamento Tem um jeito de acalanto Que o rio feito um pranto Vai levando para o mar Meu coração É feito de pedra de ouro O meu peito é um tesouro Que ninguém pode pegar Eu não sou daqui, não sou Eu sou de lá Eu não sou daqui, não sou Eu sou de lá A noite ficou mais faceira Pois dentro da ribeira apareceu Com suas prendas e bordados Seus cabelos tão dourados Que o Sol não conheceu A menina-moça debutante Que namora pelas fontes Que a natureza lhe deu é Oxum Ê Oxum, ê Oxum Senhora das candeias Que tristeza que me dá Saber que suas mãos são tão pequenas Pra matar quem envenena Pra punir quem faz o mal Cegar punhal Cegar punhal que fere tanto Pra mostrar que o seu encanto É uma coisa natural