Sou caboclo sertanejo Nasci pra viver na roça Eu gosto do meu sertão De todas coisa que é nossa O meu cavalo alazão A minha véia paioça Não vou morar na cidade Não é questão que eu não posso, ai, ai Com a vida da cidade Franqueza não acostumo Gosto de tá na fartura Que sobra do meu consumo O paiol cheio de milho Três, quatro rolo de fumo No ano que corre bem Numa coieita eu aprumo, ai, ai Caboclo trabalhador Miséria ele nunca passa Tenho um cavalo de sela Dois cachorro bão de caça Domingo levanto cedo Saio pra aquelas quiçassa Codorna levanta o vôo Faço deitar na fumaça, ai, ai Como frango todo dia Um no armoço outro na janta Levanto de madrugada Na hora que o galo canta Trato meus porcos de ceva Que de gordo não levanta Dou um abraço na cabocla E vou cuidar com as minhas planta, ai, ai Eu só venho na cidade Umas duas vez por mês Assim mesmo eu paro pouco Na venda que eu sou freguês Ali eu bebo umas pinga Converso com o português Compro do que necessito E vorto pro rancho outra vez, ai, ai