Eu também tenho um causo pra contar neste galpão Vou falar de uma percanta, me passa este chimarrão. Eu não sei o nome dela, encontrei lá num bailão. Ela tava me olhando, me achando bonitão. Me cruzou pelo costado, peguei ela pela mão E arrastei deveredita bem pro meio do salão. Foi assim que eu peguei fama nos bailes deste rincão Mas o namorado dela era o gaiteiro do bailão Me fincou a gaita por cima e derrubou nós dois no chão Me levantei bem ligeiro, cinta enrolada na mão Meio quilo de ouro e prata e meu nome no fivelão Reboleei sobre a cabeça e derrubei três bobaião O gaiteiro saiu fora e eu golpeei o do violão Estourou uma pauleira, reluziu quinze facão. E eu desmanchei a laçaço o gaiteiro valentão Batia com toda a força, já nem tinha mais noção Que me rebentou a fivela e eu perdi na confusão Foi presente do padrinho, me deu dor no coração Todo mundo entreverado e eu rastejava no tabuão Meu cachorro e meu cavalo entraram no casarão Mordendo e escoiceando quem tivesse culpa ou não O guaipeca achou a fivela, tava embaixo do balcão. E eu falei pro meu cavalo espera nós lá no portão Beijei a boca da china que eu sou meio chinelão E desparemo campo àfora... Eu, o cusco e o alazão.