Ô, meu truta, minha visita atracou aí, ó Vou descer ali na gaiola ali, boa visita pro cê aí Pô, Luciana onze e quinze, cê entrou agora O que tá acontecendo ai fora, meu amor? Ô, Valtinho, até que enfim consegui entrar aqui dentro Mó sofrimento, tem um monte de funcionários novos aí Até espelho tão pondo na gente, isso é mó humilhação Eu não aguento mais essa vida não Ou você muda quando cê sair daqui Ou então eu vou parar Calma, calma Não rolo mais contigo, não Tá bom, calma, calma, relaxa Feliz do louco que no corre encontra alguém Que completa e absorve os problema que tem Seja na tristeza ou na felicidade Que não te deixa falando nem atrás das grades Te perdoo mesmo sentindo a dor da ferida Mais uma chance, mais um erro na vida bandida Acredita, vive tudo que viveu no passado Ser feliz com quem ama ao lado Eu tô pensando seriamente em rever o que fiz Ela não merece ser infeliz Ou uma carta perfumada escrita a mão Mais do que nunca o crime é só ilusão Não quero ter que ver mais você chorar Sair de casa sem saber quando vou voltar Se vou voltar por conta própria Ou dentro de um caixão Se vou ficar por mais seis anos dentro da prisão Tô descobrindo realmente como é amar Mulher assim é rara, bom foi te encontrar Bom, já tô indo Valtinho, fica com Deus Tá bom meu amor, vai com Deus Até a semana que vem se eu consegui vim aí de novo Não esquece Tá difícil na rua Eu te amo E você, juízo, aqui dentro que eu tô fazendo a correria dentro do que eu posso lá fora Tá bom, pode fica tranquila, e ai ver meus processos lá E o Caíque, não liga não que ele tá te estranhando, mas Pô, fiquei maguadão Quando se sair pro mundão Ele volta a se acostumar com você de novo Tchau Mó cota sem ver ele, né, gata? Tchau, até a semana q vem, fica com Deus aí Tá bom, tchau, amor O pesadelo me assola o tempo inteiro Lá fora tá problema de arrumar emprego Até mesmo pra quem não esconde um passado Ao contrário de mim, ex presidiário Bateu mó depressão, sábado que passou Minha mulher trouxe meu filho e ele me estranhou Não pode entender ainda, é muito novo Que seu pai apostou alto, perdeu no jogo Naquela cena que foi dada ação terrorista O gerente deu pra trás, delatou a fita Da trairagem, a pilantragem, nem Cristo se livrou Imagina eu, um mero pecador Não quero repetir toda essa merda de novo Eu vou sair daqui e virar o jogo Até quando eu tenho que ser o dente da engrenagem Ou simplesmente um soldado a mando da maldade Que só destrói um de todos ao redor Que vira e mexe sempre está numa pior O que restou aqui o que sobrou ali Ei, mano, diz pra mim Então por que é assim? A ilusão no crime se tornou um marco E lentamente me puxa dentro de um buraco Faz odiar todos que eu mais desprezo E faz sofrer aqueles que eu mais venero Por Deus, eu tô disposto a fazer diferente As pessoas mudam, você entende Todos sempre tem o seu dia, sua hora H Já abusei demais, é hora de parar Seis anos na direta, a mesma rotina Seis anos na direta minha mulher na fila Hoje eu tò aqui, amanhã sabe lá Mulher assim é rara, bom foi te encontrar Oi, alô, oi, Luciana Oi, Valtinho Oi meu amor, como é que cê tá? Cheia de saudade E ai, você vai vim me ver esse final de semana? Eu vou ver se eu consigo fazer um serviço Pra mim levanta um dinheiro, pra mim te ver Poxa Tá difícil Mas e os parceiros, não chegou aí, não? Seus parceiros a gente corre atrás, só dá perdido Nunca tem, tá difícil, nunca chega junto, não, mano Caramba, tô morrendo de saudade de você, meu E os meninos? Tão bem, tão te mandando um beijo A Katerim tá te mandando um beijo e um abraço O Caíque também Mas tenha paciência aí Que eu vou ver se eu consigo te ver Mas quando? Então, se der, no mês que vem eu vou te ver ai, tá? Tá bom, meu amor, seja como Deus quiser, tchau Tchau Palavras dita dentro de um sábio terreiro Que Deus habita somente quem é verdadeiro O ditado diz: "Um por todos e todos por um" Mas aqui é raridade encontrar algum Não quero ter um fim trilhando nessa vida Mas aí,, boa sorte pros mano que ficam Minha mulher e meu filho é prioridade Ainda é cedo, tenho chance numa faculdade O crime hoje em dia tá mó podridão E quem te mata, às vezes, chama de irmão Puxa o gatilho e bate palma pra você Vai no velório ver a sua mulher sofrer Parei no tempo, a tempo de raciocinar E quer saber? Aqui não é o meu lugar Cruzeiro do Sul 2 meio 3, 0, Carandiru O cômodo do inferno Saudade, lembrança eu tenho de você Quando será que eu vou te ver? Contagem senhor, nome e matrícula Caralho, Valter Rosa Pereira Filho, 135753 Ok Caralho, o barato é loco mesmo!