E então A bomba explodiu No colo do mundo Pra mostrar que a estrutura ruiu Perseguição Aos seus ideais Pra mim a liberdade Pra você, se não diz sim, tanto faz Só querem falar Mas nunca ouvir O eleito inimigo Nem deve existir Todo pensamento Passando num funil E a sensatez então se cala Como nunca existiu Uma escolha Pareceu tão banal Satisfez a bolha, entreteve E hoje se mostrou fatal I can’t breathe Um grito em Manaus Soa justo, já que Uma copa do mundo não se faz com hospital Viver, trabalhar Pra sobreviver Sustentando o luxo De quem não te vê Chorar por quem ama Num número vazio Num saco fechado, numa vala E sequer se despediu A Onda Também te engoliu Seu ódio transbordando o cegou E de pensar o impediu Verdade Não mora em você Seu dedo aponta com a facilidade Que antes já fez morrer Palavras de ordem Pré-fabricadas E é apenas o outro Que acompanha a manada Obedeça à cartilha Se encaixe no padrão Nós somos os donos da verdade, da bondade e razão Memória Aqui nunca existiu Repete-se a história se espantando Com o que já se viu Distorcer Para arrebanhar Se o fato não convence O recriamos pra ter do que falar Tanta hipocrisia Cinismo e tudo mais Bem mais que miopia É o que a cegueira faz Pura vaidade e sede de poder O Blues do Covarde escancarado para quem quiser ver Esperança Para confortar Um passo semi-invisível Na dança do manipular Ilusão O bem contra o mal O discurso limita a visão E esconde: É tudo igual Tudo o que os move É a sede de poder E quem por eles mata e morre É só uma peça pra mover O que você berra Não é novo ou especial Seus ídolos possuem pés de barro E você é o lamaçal Nós somos os donos da verdade, da bondade e razão Seus ídolos possuem pés de barro e você é o lamaçal Seu mundo não passa de ilusão