- Incubado na demência percorro - Falo antes que morro - Minha mente agora grita por socorro Ouço ao fundo um sussurro arrastado: - Cuidado! Teu templo hoje é mal frequentado A cabeça embolorada é um vetor Que estimula parasitas internos corroerem teu eu - Emitiram em mim, pensamentos fraudados Pra eu pensar que era eu, que pensei tudo aquilo - Não alimente os intrusos, amigo, eles são famintos Portanto os torne extintos, contidos e corroídos - Por dentro estou enferrujado no átrio do abstrato Perdido vejo o retrato de quando eu era sensato - Não olhe pense, desvende, foque, se organize Depois de tudo pronto, por favor, se enraíze Não prossiga correndo de si, ferindo a tua vida Com a teimosia, quando os internos davam trabalho Os antigos acalmavam eles com a lobotomia - Eu sei, mas hoje não existe isso - O manejo mudou. Mas vivemos em genocídio - O ciclo depressivo está mais amplo Eu num horário terrestre, lendo minha bula sendo acuado neste antro - Eles interagem mesmo, mano, são o engano E teus problemas em ser humano não resolvem quando vira o ano. Plano de dano, é nós no globo sofrendo É nós no corpo vivendo, e eu aqui só intercedendo - Quem é você, hein?! Eu preciso saber - Eu sou a alquimia que vive alarmando o que é certo dentro de você Pensando por ti, vivendo por ti, só saio quando "Cê'' sair, e dessa maneira eu atuo aqui Desde quando você começou a existir - A mente é densa e frequenta minha existência A todo momento me foco no tempo tentando Buscar sintonia com minha frequência - 'Tô' sem paciência, é a tri dimensão holográfica Você deve ter uma tática, a vida aqui não é estática É democrática! E lunática! De extrema mutabilidade - Interagimos e coexistimos nessa carcaça buscando alguma verdade - Eles tem soberba na boca - Por isso eu só me despeço - Não gosto de sair lá fora - Eles cercam, me olham, e eu detesto - A atmosfera aqui é pesada e cinza As nuvens choram quando os homens Caem sem ter noção do que fizeram - E eu entendo isso, vivendo em você Veja que quem busca a paz são os que internamente imperam - Eu não consigo te avaliar, patologias velhas Agem hoje herdando corpos desde sempre Se transportam nos internos, exterminam gerações - Envolvido nas mentiras contadas por charlatões - Vestiram outra roupa na eugenia Irrefutável é tua moral quando apoiada em maioria - Fui isolado de mim, quem sou eu pra ter razão? Se existo sem vida... Sua personificação - Mil elementos, constituem teu ser Dissolvendo em tua linha do tempo um pedaço de voz Sermão dessa neura que dita o que deve fazer Como deve ser. Rebele-se agora para não virar Um refém de si mesmo morando em teu corpo sabendo que não está só - Se tu fala: A cabeça da nó. Se eu penso: Sinto até dó. Um interno correto no mundo que vai desmanchar e voltar para o pó Se não embriago no que é santo me contamino No escuro quando me pego sendo vigiado Aborto o mal na fuga do impuro - Eu não me aventuro, sim, fui incluso e sobrevivo em teu abrigo. E no teu umbigo morreremos pois ele é nosso jazigo Invisto e digo é simultâneo a coexistência então pensemos: Pondero a certeza que ninguém de nós No plano matéria sobreviveremos