A luz que brotava da mata
No meio da noite parada
Não vinha da lua inquieta
Mas da inspiração do poeta
Cabelos de fogo de prata
Que em lágrimas de serenata
Formavam um colar de sereno
Caindo no colo moreno
Da flor das estradas
A cor que raiava lá fora
Nos pórticos da madrugada
Não vinha da luz deslumbrante
Mas do alumbramento do amante
De mãos transbordantes de aurora
Que em sua paixão noite afora
Bebeu mel de leite e veneno
Na fonte do seio pequeno
Da moça encantada
O som que crescia na rua
Durante o esplendor da alvorada
Não vinha da luz nem da cor
Mas sim da alma do trovador
Bordada de estrela e de lua
A andar por aí toda nua
Cantando seu cântico ameno
Pra aquela que é dona do reino
Da passarinhada
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