Me dá licença Estou chegando lá do mato Moro longe deste asfalto Atrás da serra é o meu rincão Lá onde eu moro Não existe luz na rua Moro onde nasce a Lua Que tem nome de sertão E não reparem Na minha simplicidade A grande felicidade Foi nascer neste lugar Eu sou herança De um São Paulo ainda menino Que tem o café mais fino Do mais rico paladar Ainda conservo O mesmo rancho e a moenda E aquela linda fazenda Desde que ela se formou O cafezal Que acompanha esta grandeza Guardo bem essa riqueza Que meu velho pai deixou Deixou pra mim Aquela terra abençoada Toda verdinha plantada Verdadeira raridade E um torrador E seu antigo moinho Eis porque meu cafezinho Tem gostinho de saudade