Acho que é um dom, ás vezes uma sina Resumir sua alma e essência através da rima Em versos paralelos alternando os elos Até o mais pobre plebeu em estrofes tem o seu castelo Esqueço do mundo, é quase que inexplicável Como o homem mais hostil escrevendo se torna amável E como o mais dócil que existiu na face da terra Inspirou escrituras, as quais inspiraram guerra E por falar nelas não deixo de dizer Que a mais bela aquarela e a nova guerra vem ao amanhecer Justas como ódio e amor, o corte e a dor A caneta e a letra, desespero e clamor Meu Senhor, por favor, que seja assim o dia Que voltou e trouxe pra mim outra poesia "O que não tenho e desejo, é o que melhor me enriquece" (Refrão) Como uma poesia, o dia invade Assim como o dia a poesia traz verdade Poesia permanece no tempo Mas o dia sempre tem seu encerramento "Criou-me desde um menino para arquiteto, meu pai Foi-se me um dia a saúde, fiz-me arquiteto? Não pude Sou poeta menor, perdoai" É como a noite que cai e a estrela que fica O sol se vai, na escuridão poesia se fortifica Intensifica pra forma mais cética Até os erros gratificam licença poética A ética é necessária, porém não se iluda Seus versos podem ser profanos sem você sem Judas Todos têm um poeta em si, mesmo que pense que não Pra despertá-lo, olhe pro mundo, a maior inspiração Fazer com que caiba em seu coração Tudo que cabe em seu campo de visão Sem divisão, ou denominação A canção vem na contramão da razão Aflorando a emoção através da audição (Refrão) "Não faço versos de guerra, não faço porque não sei Mas num torpedo suicida, darei de bom grado a vida Na luta em que não lutei" É bem mais que os versos, maior que o universo Meu inverso expresso e canto como converso Recitando ao mundo a essência que me compõe E compondo a experiencia, ciência que põe Não ponho além da minha vontade, algo que me invade Como o dia incompleto mas maior que a metade Sem pontualidade, quando não espero ela vem Apenas pela verdade, não pelas notas de cem Além dos holofotes, apesar de importantes Transformo em canções, pessimismo de instante Mesmo que distante, renasce um meliante Rouba sua atenção esparramando talento como um hidrante... Arrebentado, assim como corações recortados Por essa selva de nevoa e concretos mal concretizados Olhares cruzados e muito a dizer Acorrentados a calar, acostumados a fazer... O que os outros fazem, não, não faço isso Com a tinta da caneta eu reforço meu compromisso Jamais serei omisso, talvez perdido em rimas Nos olhos da multidão, mutilação que me ensina (Refrão) "E os meus poemas me vem muitas vezes independente da minha vontade, me vem como um impulso interior e escrevo eles. Cantando teu passado, cantando teu futuro"