Meus passos são tortos mas minha vida é reta, o caos é só lá fora, aqui dentro tudo se acerta. Num devagar depressa como tudo que é real. Como o vento que desenha em meu rosto o seu sinal. Vital aos meus ouvidos é o canto dos vencidos, o dolo das vozes roucas que reanima os meus sentidos. Paz aos que a buscam, vergonha aos que se entregam... por trás do medo há força, só os atentos a enxergam. Me nego a viver simplesmente por viver, meu tempo aqui é curto eu tenho muito o que fazer. Muito o que aprender, muito o que ousar, deixar o coração dizer qual é o rumo a se tomar. Mas ele nem sempre acerta as vezes a gente apanha. Eu sempre soube disso, num é toda vez que se ganha mas eu assumo os riscos, deixa que com eles me entendo. Eu vim pra buscar a luz faça o escuro que estiver fazendo. ... Asfalto quente, mundo saliente abaixo dos meus pés. A sorte ao inverso vou jogando o meu revés. Mantendo a real não só pra ser contraditório, pois desde o começo isso se faz obrigatório. Espaço que eu habito na mesma atmosfera, aqui irmãos trabalham, a revolução se prolifera. O tempo aqui impera, lapida seus anseios. Eu ando na sincera, o fim justificando os meios. Retorno a transição de letras na sua frente, na semântica estática mas nunca lentamente. A forma condizente que eu encontro pra fazer, o que eu entendo como vida realmente acontecer. Utópica alegria sem acordes sutis, ainda mais com a tristeza nos olhares infantis. Poemas não latentes permanecem sem noção, refletir por refletir é não chegar a conclusão.