Verso e reverso, chuva e sertão Tempo tá querendo fechar Água lacrimeja, olho de quem sonha Com o sertão virando mar Água que deságua, cachoeira abaixo Quero ver tua queda Derrubando o descaso desse chão Irrigando a terra Água que molhou a rede De quem tira o pão do mar Água que mata a sede Sede que mata Pra matar a nossa sede Água viva pra tomar Se escorre, corre sempre para o mar Quem já viu o mar encher? Daqui dessa margem, ante tua beleza Pôr-do-sol me fez tremer Não pagou a conta, a água já cortou Nem deu pra fazer café Roupa no varal Maria tem neném Menina que virou mulher Coro Pega na rodia, pote já encheu Lá no poço de Jacó Água que Pilatos quer lavar a mão Um covarde cidadão Rio de água viva Que lavou minh'alma Quer lavar teu coração Cristo é a fonte Quem d'Ele provar Sede nunca mais terá