[Dum Dum] De joelho aos meus pés, tá inofensivo Nem parece o monstro do horário político Que com a dor do indefeso compra a Mercedes Coloca obra de arte valiosa na parede Eu tô aqui, defendendo o interesse da favela Que quer teu sangue pra preencher, o vazio da panela Vim fazer vingança, buscar indenização Pro seu crime hediondo, justiça com as próprias mãos Tá aberta a sessão, começa o julgamento Tenho provas contundentes pro seu sepultamento Oitão na cabeça, fica quieta vadia! Transformou o moleque do pipa num sanguinário homicida Pôs a menina de 10 anos fazendo ponto Sem estudo, anal, oral, por 15 conto Na porta da escola, deu crack pro estudante A boca dele jorrou sangue na dívida com o traficante Cadê a verba do menor infrator queimando na TV? Suficiente pra Harvard, pra FGV Em vez de faculdade pro meu filho Abrir seu crânio com uma M16 30 tiros Faz uma pá de futuro promissor feliz Tá no banco dos réus, ouvindo a sentença do juiz Quantas facadas merece um porco Que faz o macarrão do lixo ser meu almoço? Pelo sangue da guerra civil, pela criança dormindo no frio Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo nóia morto no rio, em vez de escola, me deu um fuzil Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo sangue da guerra civil, pela criança dormindo no frio Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo nóia morto no rio, em vez de escola, me deu um fuzil Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! [Dum Dum] Agora chora igual nenê sem mamadeira, faminto A cada soco na cara: Por favor, me deixa vivo! Vou dar choque com a frieza do investigador Arrancar sua unha igual no DP, doutor Vou ver se corre sangue azul na veia do rico Quebrar seu dente, tipo o Choque no presídio Eu não sou louco, se pá, é muito pouco Tinha que com a ponto 40, arrancar seu olho Pra você sentir o que meu truta sentiu Quando sua guerra mandou meu rosto pra puta que pariu! Não se preocupa, a tortura é só um método usado Pra investigar e reprimir no sistema carcerário [Eduardo] O choque no saco que te faz tremer Faz parte do currículo de quem não tem o que comer Também a algema sem flagrante, cuspe na cara Civil pisando no pescoço, querendo granada Você treinou sua polícia pra ser minha inimiga Pra servir e proteger só a cadela rica Acabou a curtição na noite de Paris Sua Torre Eiffel agora é coronhada no nariz! Financiou suas férias, diversão no carnaval Com aposentado doente, sem leito no hospital Fez quem sonha com arroz pagar estilista pro seu terno Só vejo a condenação à morte no seu processo! Pelo sangue da guerra civil, pela criança dormindo no frio Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo nóia morto no rio, em vez de escola, me deu um fuzil Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo sangue da guerra civil, pela criança dormindo no frio Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo nóia morto no rio, em vez de escola, me deu um fuzil Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! [Eduardo] O prego do condomínio tem que entender Que se tem pânico em Alphaville, é porque você deu a PT Que o mano armado de 12 é só um fantoche Programado pra matar pelo dono do Porsche Que também tem um jato, que vai pra Cali noite e dia Pra abastecer de farinha toda a periferia O boy acha que merece a morte é o que grita assalto O que grita: Dá a chave e sai do carro! Não o branco articulado, bem vestido Que não saca o cano, mas rouba até nos Estados Unidos Cuzão na TV, diz que urna não é penico Que voto consciente muda o cenário político Que é preciso investigar antes de votar Mas cadê biblioteca, escola pra eu me informar? Quem põe o almoço embaixo da blusa, no mercado Não tem pra ler jornal nem 50 centavos Só tem o palanque e o horário gratuito Pra adivinhar que sigla tem menos ladrão no partido Réu, você banhou de lágrimas seu mandato Me deu o crack e uma 12 cano serrado Como pena, vou explodir sua cabeça com ela Autor intelectual do massacre na favela Seu corpo vai ser exposto em praça pública Servirá de exemplo pros engravatados filhos da puta! Aí, pra político porco, o veredito é esse aqui mano! Pelo sangue da guerra civil, pela criança dormindo no frio Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo nóia morto no rio, em vez de escola, me deu um fuzil Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo sangue da guerra civil, pela criança dormindo no frio Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu! Pelo nóia morto no rio, em vez de escola, me deu um fuzil Pow pow pow pow! Vai pra puta que o pariu!