Ó nativos dessa terra Que vão além dos mitos e lendas Protetores da floresta Que o mundo se esquece de lembrar Que semeiam a cura E aliviam a vida dura Imaginam arco e flecha Tintura no corpo e cocar São feitos de carne e osso E não só folclore popular Fantasia de carnaval Ele também é meu igual Iluminado ser São donos desse chão Que nós chamamos de nação Quero lhe oferecer A minha gratidão Yamandú me dê proteção É o Brasil sempre andando por um fio de acender o pavio Pavimentando a terra que alimenta nativos há mais de mil anos Planos de terraplanagem plantas, raízes Vida selvagem é arrancada, assassinada Só por uma papelada assinada Com a caneta que mata krenak Que não pode se defender do ataque e de tabela quem sofre o baque A pele escura que toca atabaque Tem alma naquele corpo que apaga Não é almanaque que se paga Vê a história ficou de lado ignorando todo o legado Como é que faz, quem é que traz? Essa cultura pra cá de exterminar E terminar com o costume de lá, de quem plantou De quem cantou só para celebrar o que nasceu, o que morreu Sempre é bom respeitar o que deixou no lugar Iluminado ser São donos desse chão Que nós chamamos de nação Quero lhe oferecer A minha gratidão Yamandú me dê proteção