Ô ô Sou a nobre nega mina Lá da roça da sabina O quintal de Salvador Ô ô preta flor! Fiz da arte a cartilha Pra vencer toda quizila Um caminho de amor Rezava o Rosário de Maria Ouvia os tambores do lugar Seguia a minha fé em romaria Na velha guia e no patuá A chica de quelé, Exu deu direção No ilê axé de São Sebastião Janeiro começou já era dia seis Rainha em dia de reis A eparrei! Ela é Oya, bela Oya Magé bassã yalorixá Sou filha de Oxóssi caçador Odé odé oke arô Bradei a voz da cor Meus ancestrais foram pilares Francisca do clã nagô Forjada em ventre de Palmares Mamãe chamou a luz de Orum vi clarear E fiz morada no infinito de Oxalá Ê baiana dos ventos e trovões Que a força de Iansã leve amor aos corações Batuqueiro toma frente na batalha Desce a mão no couro pro senhor da palha Na pedra fria, no pé do morro Dizem que mora um velho lá Sou Cubango de atotô, axé! Chama viva da negrura Chica Xavier! Sou Cubango de atotô, axé! Chama viva da ternura Me chamo Chica Xavier