Fui conversar com meu amigo Messias, Que andava triste naqueles dias, Me disse que sentia muita dor E medo de entrar em elevador. Disse que andava sendo perseguido E se sentia um tanto quanto acuado, Mas apesar de toda paranóia Ele estava de banhinho tomado. Eu disse a ele: ô Messias, cê precisa dormir! Se alguém me perguntar por você, Eu digo que eu não te vi! Se ficar dentro de casa te faz muito bem, Eu venho aqui de vez em quando, Só pra ver como você está. Ainda me disse que algo o puxava Para cima, feito um imã. Que andava, às vezes, sem pôr o pé no chão. Sentindo aperto em seu jovem coração. Pois os amigos já não o procuravam, Se afastaram e nem às vezes ligavam Ele passou a ficar emocionado Assistindo até desenho animado. Eu disse a ele: ô Messias, cê precisa dormir! Se alguém me perguntar por você, Eu digo que eu não te vi! Se ficar dentro de casa te faz muito bem, Eu venho aqui de vez em quando, Só pra ver como você está. Talvez o problema dele seja sério Ele se veste de branco e se enche de mistério Vai pra rua e começa a falar Do paraíso e que veio nos salvar Falei Messias: cê perdeu a cabeça Uma hora amanhece talvez não anoiteça Mas o pior é que arrumou seguidores E me disse que vai virar santo Nem parece aquele garoto gordo Que vivia chorando pelos cantos Isso tudo é conseqüência da vida na cidade A modernidade enlouquecedora As pessoas tão querendo ser Deus Pensam que estão fazendo algo certo Eu vou ficar aqui com meu violão Sei bem quem levo em meu coração Essa é uma história de ficção, Mas não se espante se bem aí do seu lado Aparecer outro falso profeta É isso aí, olha outro Messias.