Milonga do Carreteiro

Jari Terres

Venho lá da Vista Alegre
pregueando boi no carreiro
com honra sou carreteiro 
e bem gaúcho é que sou
usando a guilhada grande
eu ainda sou Rio Grande
passado que não passou.

Sou a história da carreta
tradição que não morreu
sou o tempo que se escondeu
atrás da curva da estrada
onde o pneu do pregresso
por ser difícil acesso
nao descobriu sua entrada.

E carreteando eu vou longe 
firmando o pé na macega
enchendo os olhos de légua
das léguas nada me encerra
eu subo e desço lançante
com minha casa ambulante
cheia de frutos da terra.

(refrão)
E a carreta corta o vento 
parceira dos madrigais
rechinando uma milonga 
pra os campos do nunca mais.

Se a noite chega e me agarra
cruzando de certo campo 
em meio ao campo eu acampo
sem medo de assombração
ouvindo ao longe o aboio
das águas claras do arroio
minando minha solidão.

E quando eu canto uma milonga 
no vai e vem da carreta
o tinido da palheta 
repica igual ao sincerro
e eu me vou quebrando a ponta
do verso quando ela aponta
despontando atrás do cerro.

E quando a lua se empaca
no céu ouvindo a milonga
na claridade se alonga
o meu cantar milongueiro
e a minha carreta flutua 
cheia de versos e luas
e sonhos de carreteiros.

(refrão)
E a carreta corta vento 
parceira dos madrigais
rechinando uma milonga 
pra os campos do nunca mais.
Página 1 / 1

Letras e título
Acordes e artista

resetar configurações
OK