Joguei minhas facas na terra Subi para o alto da serra Joguei meu revolver nas águas Deixei esquecer toda magoa Despir-me de minha armadura Banhei-me na luz da ternura Me fiz leve de espírito e carne Vestir-me dos sons e cantares E agora, livre a espera da chegada Componho neste canto de aconchego A dança harmônica de asas abertas Nos tombos á passar em revoar Deixe me a minha voz penetrar Seus contornos Deixe me as minha mãos tocar Em nesta calma de quem se vê Diante o desarmado De quem me sabe nua, corpo e alma Chegue se ali, pássaro indefeso Apague a timidez que se insinua Meu gesto entre aportado Pouco confesso de ver assim vestido E eu tão nua, nua