Já me falaram desse tal de erudito Mas meu negócio é a cultura popular É o reisado É o pastoril, é o boi calemba Uma cachaça na feira do Ceará É o suor do nego tocando pandeiro É o nordeste brasileiro cantado em todo lugar É a rabeca no lugar do violino Me desculpe, seu menino, mas agora vou falar Antes de você, sou caiapó Sou canto do mangue, maceió Nosso Deus é o mesmo É o Deus Tupã Potiguaras, Guaranis A minha gente não precisa de esmola Herança dada por qualquer outra nação Se for preciso a gente puxa a peixeira É Jararaca, é Jesuíno, é Lampião É o olhar da moça bonita na beira Do açude Gargalheiras Sangrando em pleno sertão É o cordel de mestre Antônio Francisco Desse rio grande bonito Terra de Sol e de mar Antes de você, sou caiapó Sou canto do mangue, maceió Nosso Deus é o mesmo É o Deus Tupã Potiguaras, Guaranis Meu sangue é mel É mel de rapadura Minha pele é um gibão de couro E eu vou lhe mostrar