Dentre os confins da cordeona, em escalas dormidas Ficam o segredo da vida de quem tem ela por dona. E a alma velha chororna, sai do gaiteiro mais taita, E faz morada na gaita que corcoveia e se entona. A gaita vista por fora, por certo nos impressiona, Mas o interior da cordeona é o que de fato apavora. Um cosmo que canta e chora numa engrenagem oculta Que bem tocada resulta nessa alquimia sonora Entre os confins da cordeona, vive a Querência ao avesso. O fim retorna ao começo, numa canção temporona A alma foge, gaviona, mas volta ao mesmo endereço Vive a Querência ao avesso dentre os confins da cordeona. Vejo o gaiteiro cismando, misto de gente e de vento, Como a juntar sentimento pra encher o fole soprando. Guarda seu eu, esperando na vocação que apriosiona Entre os confins da cordeona, pra libertar-se tocando. Entre os confins da cordeona, vive a Querência ao avesso. O fim retorna ao começo, numa canção temporona A alma foge, gaviona, mas volta ao mesmo endereço Vive a Querência ao avesso dentre os confins da cordeona.