Peço licença senhores, o assunto é triste demais Retratar sem iniciais, isso cabe aos payadores Sem dar nem pedir favores, para hastearem a verdade Pois ao pintar a realidade, ao pé de algum fogão Abre-se todo o coração, para entrar na eternidade Nos anais xucros da história, há de ficar meu pensamento Cheios de luz dos momentos, imperecíveis de glória Retraçando a trajetória, do passado e do presente Por isso eu canto reverente, neste galpão enfumaçado O velho chão colorado, e as coisas da minha gente Soy una calhandra gaucha, de mi pueblo guarani Traigo enancado en el alma, un sapukay guayaki Una crencia em dios Tupã, y em la virgen de itatí Canto la tierra onde vivo, mi sueño avañe Soy habitado de poesia, de um tiempo imaguaré Neste rincão onde estou, sobre o teto dos pinhais Sinto eflúvios ancestrais, de um tempo que não passou Hordas do meu tetravô, como pedindo um retruco Estampidos de trabucos, com ameríndia coragem Fugindo da vassalagem, de gringos e mamelucos Que será que sentes tu, nessas festanças burlescas Palhaçadas gauchescas, de palhacescos xirús Igual bando de ñandus, correndo de alma convulsa O coração da terra pulsa, nossos valores indianos E esses fiascos cetegianos, hão de causar-te repulsa.