Dez braças, tempo torcido Em rodilhas de esperança Na vida o tempo é uma trança Sovada pelo tirão Quantas vezes, no rincão Te viram sovéu amigo Suando a vida comigo Quando saías da mão! E depois que o berro grosso Caía chamando a poeira Não carecia porteira A encerra do meu bom dia Boi, potro ou gado de cria Laçamos pela destreza E hoje atado às incertezas Primo-irmão da nostalgia Te ver renovado ao tempo Ainda grosso e genuíno O avesso do laço fino Com chumbo e tinta na trança Longe da mão da criança Judiando terneiro novo Vejo a alma do meu povo Ramalhada na esperança Mas, fica atada à garupa Num doradilho de luxo O meu jeitão de gaúcho Perpétua, inércia de um não Que é um grito do coração Quando desato um amigo Que chora a vida comigo Se eu abro as asas da mão Me ajuda sovéu gaúcho A laçar meu tempo antigo Valores correm perigo E eu teimo em te armar Guerreiro No meu tempo cancioneiro Onde o canto sul do mundo Verte em lágrimas, profundo Querendo ser brasileiro