Eu deixei muitas léguas daqui meu pedaço de chão adorado Meu sitiozinho na beira do rio onde eu fui nascido e criado Dez alqueires de terra vermelha e um pedaço de pasto formado O perigo lá não existia De janela aberta dormia me arrependo de lá ter mudado. Lá no sitio eu colhia de tudo, o café, arroz e o feijão A verdura sobrava na horta, quantas frutas perdia no chão O paiol bem cheinho de milho, pra tratar bem das criação Minha luz era a lamparina E a água eu buscava na mina sem um pingo de poluição. O que vida gostosa que eu tinha lá naquele lugar sossegado Levantava bem de manhãzinha sentindo o cheiro do gado. Tinha porco, cabrito e carneiro e galinha por todo o lado Um cavalo ligeiro na lida Uma junta de boi escolhida pra puxar o carro e o arado. O destino mudou minha vida só Deus sabe o que tenho passado Hoje moro com a minha família aqui nesse barraco apertado O serviço não tem todos dias e aqui ninguém vende fiado Lá deixei minha felicidade Vendi tudo e vim pra cidade hoje eu sou mais um desempregado.