Robô Bibelô

Luiz Tatit

Composição de: Luiz Tatit
Eu era feliz 
Fui fabricado em Paris 
Quanta coisa já não fiz 
Fui importado por um aprendiz 
Vim parar nesse pais 
Perdi contato com a matriz 
Hoje faço o que nunca quis 
Sou bibelô de uma atriz 

Olha que gracinha o meu Robô 
Ele tem tudo igual a um homem 
Ele pensa, ele faz plano 
Ele é sensive1, é quase humano 
Olha que gracinha, que fofura 
Ele é uma peça, uma figura 

Que tortura, que tortura 
De onde vem tal criatura 
Eu não suporto frescura 
Esse mal não tem cura 
Me atinge me fura 
É tortura pura 

Olha que gracinha o meu Robô 
Ele reclama igual a um homem 
Ele se mexe, se sacode 
Foi feito assim... pode? 
É bom que com Robô a gente não briga 
A gente liga ou desliga 

Não, não, não é possível 
Eu não mereço esse nível 
Eu era quase infalível 
Nunca queimei um fusível 
Agora essa voz horrível 
Preciso de alivio 

Agora eu vou por nele uma roupinha 
Dessas bem descoladinhas 
Pra ele dar uma voltinha 
quero ver quem advinha 
Quem vai junto com Robô 

Eu sei que ela tem medo que eu fuja 
Diz que a barra fica suja 
E outras besteiras de lambuja 
Esse tipo mãe coruja 
Me desgasta, me enferruja 

Vai sair comigo todo dia 
Me fazendo companhia 
Me trazendo alegria 
Eu não sei o que eu faria 
Se não fosse esse Robô 

Agora eu estou certo ela é louca 
Sua cabeça é toda oca 
Não consegue calar a boca 
Pra agüentar essa voz de foca 
Eu prefiro ir pra forca 

Olha que gracinha o meu Robô 
Ele reclama igual a um homem 
Ele se mexe, se sacode 
Foi feito assim... pode? 

E aqui vai o meu último desejo 
Me livrem dela e do seu beijo 
A única saída que eu vejo 
É me atirar no primeiro brejo 

Rô?... Rô?... 
Robô?... Robô? 
Ih?... Roubaram!
Página 1 / 1

Letras e título
Acordes e artista

resetar configurações
OK